"Senhor, muito obrigada pelo dia de hoje. Do que preciso, Tu sabes bem melhor do que eu... Mas tua graça me basta!"
Explico-me. Encontro-me numa situação de convivência com a doença há pouco mais de seis anos. Meu quadro atual, para evitar especulações, é o seguinte: tenho uma doença crônica que se chama miastenia gravis, que provoca uma grande fraqueza nos músculos, e às vezes chega a ser realmente grave.
Com o tratamento, desenvolvi uma baixa imunidade, com bastante facilidade para pegar infecções, o que às vezes acontece; desenvolvi também uma osteoporose intensa, com fraturas de várias vértebras da coluna, e a inversão das curvas desta última. Além do risco aumentado de fraturas, estou acamada, inclusive para o banho, e sinto dores, ora bastante fortes, ora nem tanto. Resumo, para terem uma idéia daquilo que quero dizer com tudo isto.
Quero dizer da minha GRATIDÃO a Deus, em todos os momentos, por tudo o que Ele tem trabalhado dentro de mim, por todo o apoio que tenho recebido dos familiares , da igreja, de TANTOS amigos, pelo carinho de minhas enfermeiras, verdadeiros anjos do Senhor...
Quero dizer da ALEGRIA com que vivo, e que só pode ser dom de Deus!
Quero dizer da minha ESPERANÇA em dias melhores e que tenho feito a minha parte do tratamento para isso; os médicos fazem a deles, as enfermeiras, a delas. Os juízes fazem a parte deles, na liberação ou não dos medicamentos que foram requisitados e negados em outra instância.
Cada um faz a sua, o Senhor faz a Dele...
Nunca temos que questionar os Seus caminhos. Da doença, faz parte o aprendizado da paciência e da aceitação. “Tudo posso naquele que me fortalece!!”
Outro dia, dizia ao Rev. Sandro que me sinto resignada. Quero melhorar, sim, peço isso, sim, mas estou plenamente adaptada às minhas limitações, feliz, criando minha filha do jeito que posso, mantendo a convivência social também do jeito que posso, e graças a Deus pela internet, neste ponto.
Ele ponderou comigo, então, que achava que eu era resiliente... A palavra resignada podia dar a impressão de uma falta de ação, por assim dizer.
Então fui pesquisar o que seria resiliência: é a capacidade do metal, parece, de se adaptar a altas “tensões”, tipo uma “elasticidade”- vamos colocar assim. Este conceito, inclusive, está sendo utilizado por empresas, para adaptação dos funcionários às pressões do dia a dia.
Acabei concordando com ele, neste sentido da adaptação: sim, sou uma adaptada que “se mexe”- se entendem o que quero dizer- uma resignada que faz a sua parte, feliz da vida...
Temos o compromisso com nossos atos e atitudes.
Mas o que quero enfatizar com isto é que a RESILIÊNCIA vem de Deus, é dom de Deus, assim como a alegria, a paciência, a aceitação, tudo produto do enorme AMOR que Ele nutre por nós e que nos ensina em cada circunstância da vida.
Se posso dar hoje este testemunho, então é somente para a Honra e Gloria deste Pai maravilhoso, e dou graças por isto!
Com muito amor aos queridos irmãos e também muitas saudades, me despeço, orando para que os verdadeiros dons do espírito reinem sempre em nossa amada igreja, com união, harmonia, respeito mútuo, profunda compreensão, apoio, amor e crescimento espiritual a cada dia, a cada novo aniversário!
Um grande abraço,
Paulinha Mendes
07/02/10
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