Elucubrações:
elucubrar - Conjugar
do Lat. elucubrare
compor, realizar à força de vigílias.
lucubração: do Lat. lucubrationes - vigília, trabalho intelectual feito pela noite adiante; por ext. meditação profunda; cogitação profunda.
elucubração: substantivo feminino lucubração - (Do lat. elucubratióne-, «trabalho que se faz durante a vigília»)
elucubrar - Conjugar
do Lat. elucubrare
compor, realizar à força de vigílias.
lucubração: do Lat. lucubrationes - vigília, trabalho intelectual feito pela noite adiante; por ext. meditação profunda; cogitação profunda.
elucubração: substantivo feminino lucubração - (Do lat. elucubratióne-, «trabalho que se faz durante a vigília»)
Pois é.
Tenho pensado um bocado. Às vezes, noite adentro.
Como se fosse possível, tento entender a vida.
Sinto mais ou menos assim, ó: quase todo mundo já sabe do tanto de namorados e relacionamentos que tive, não é mesmo?(!!!). Acabaram não dando certo, não durando muito, por uma ou outra razão, que não vêm ao caso agora – o caso é que, com isso tudo, nunca desacreditei do amor - e continuo acreditando. Tenho em casa um exemplo que fala por si só, todos os dias, em cada detalhe: meus pais são eternos namorados; se telefonam, se beijam, põem a perninha um em cima do outro, levam coisas na bandeja, vão ao cinema, viajam, se dão as mãos, se apóiam, essas coisas que só o amor pode; um leva e busca o outro, acompanha ao médico, meu pai fala que está com saudades; regam mesmo a plantinha, todos os dias.
Teria eu algum jeito de não acreditar???
Pois bem, com esta doença, também é assim, sabem? Acredito, com otimismo, no que há de melhor.
Acredito na saúde, mesmo que ela tenha que ser apenas mental. Que seja, então!!
Nem por isso, é claro, perco a esperança de dias de melhor saúde física, tanto que meus planos para o próximo ano são de passear no shopping com bengala, ao invés de cadeira de rodas, de emagrecer, de viajar para Ipatinga, de curtir a Stella, de ir às reuniões da escola, de fazer coisas gostosas na cozinha como sempre gostei...
Mas, para mim, o importante mesmo é a cuca estar boa e feliz, é me adaptar com sabedoria e com a maior flexibilidade disponível no momento (às vezes é mais difícil, né, mas sempre possível, é o que acredito) aos revezes que a vida nos apresenta e àquilo que a gente não esperava, já que isso sempre acontece na vida de qualquer um de nós, não é novidade.
Tenho observado muito ultimamente as pessoas comentando de um ou outro caso, de um acidente, por exemplo, ou de uma pessoa que foi para o CTI e depois melhorou muito, ou se curou de uma doença, sempre falando que “foi Deus!”.
Bom, é claro que concordo, sempre tive fé, desde criança, quando perguntava à minha vó Stella por que é que a gente tinha que rezar, já que pedíamos para Deus fazer a vontade Dele, e era isso o que Ele sempre fazia...
Para mim, era um mistério, mas Sua existência eu sentia, mesmo questionando-a algumas vezes, como deve ser para qualquer pessoa que queira ter um mínimo de sensatez no julgamento de seus valores e crenças.
Bom, pra começar, o Frei Cláudio fala que não foi Deus que curou a pessoa (ele gosta mesmo de provocar!) – mas Jesus Cristo também fala isto, que o que curou a pessoa enferma foi a fé dela...
Agora, fiquei pensando nos outros casos, aqueles em que as pessoas morrem nos acidentes, não saem do CTI e não se curam de suas doenças; perdem os membros ou a capacidade intelectual; nascem com graves defeitos, genéticos ou não, e assim por diante.
Nestes casos, então, não “foi Deus”??
Foi o quê, ou quem, então?
Dos Seus desígnios, só Ele sabe. E nós, em nossa pouca ou nenhuma sabedoria, apesar de todas as tentativas de entender – não conseguimos e, às vezes, nos frustramos. A fé, creio, entra aí: na certeza de que Ele tem um plano para nós outros, para cada um de nós, especificamente; em cada situação vivida, trabalha-se uma característica de personalidade, uma virtude, uma fraqueza, tal como um músculo a ser desenvolvido na musculação; a diferença é que não é para fins estéticos e, sim, para melhorar os relacionamentos, ou nos mostrar nossa completa dependência, trabalhar nossa humildade, nossa força de vontade, ou ainda nos lembrar talvez a missão do exemplo a ser dado...
Mas, então, vou mais fundo um pouquinho: e a violência que ocorre no mundo? Não pode ser Deus!! Deus não quer isso, dizem. O homem tem o livre arbítrio. Deus apenas permite isso; mas porque permitiria que isso acontecesse com as vítimas de violências inenarráveis, tais como torturas ou coisas que até eu mesma já presenciei em hospitais psiquiátricos e que não ouso contar a ninguém; maus tratos a crianças e idosos, a miséria no seu superlativo, pra não falar de muito piores??
Há coisas que não tem resposta. Bom, mas como há perguntas!!
Acredito em Deus e acredito no homem, na melhora de nossa conduta com o planeta e para com
a própria humanidade, como otimista que sou.
Já fui católica, já fui espírita kardecista, espiritualista como Pietro Ubaldi, hoje sou presbiteriana, por me identificar mais com o tipo de pensamento e com o modo de acreditar; mas isso é uma opção pessoal. Creio, como disse o Dalai Lama a Leonardo Boff em um diálogo, que “a melhor religião é a que mais te aproxima de Deus, do Infinito. É aquela que te faz melhor. Aquilo que te faz mais compassivo. Aquilo que te faz mais sensível, mais desapegado, mais amoroso, mais humanitário, mais responsável... mais ético... A religião que conseguir fazer isso de ti é a melhor religião...” Nada de intolerâncias e, sim, de respeito profundo e consideração.
Não deixo, então, de levar em consideração as “verdades” de cada crença; no fundo, no fundo, as idéias centrais são bastante semelhantes entre si; no fundo, no fundo, ninguém de nós sabe a Verdade, senão a vislumbra. Talvez seja essa a única verdade, por enquanto.
Enquanto isto, esperemos a volta de Jesus Cristo, a ressurreição em Cristo Jesus, a Nova Era, a reencarnação em um novo planeta mais evoluído, com a ajuda dos anjos do Senhor, ou da espiritualidade, dos santos ou o que mais possa representar o amor de Deus, dentro do budismo, por exemplo, que admiro apesar de pouco conhecer, mas façamos com amor a nossa parte, da forma a mais bem feita possível, e sem ressentimentos com Ele. Sem perguntas de “por que eu?” Ou “que Deus é esse?”...
“Há muito mais coisas entre o céu e a terra do que possa julgar sua vã filosofia!” –fica a
mensagem.
Que a vida nos seja leve e, a felicidade, algo palpável dentro de nós mesmos, é o que desejo a mim mesma e a todos vocês, amigos maravilhosos com cujo amor tenho contado dia após dia, em todos estes anos de crescimento e luta conjunta. Sei que sabem que o meu amor é recíproco, mas falar nunca é demais!
Paulinha.
15/11/2009.
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