sexta-feira, 7 de março de 2025

INCONSCIENTE COLETIVO

Sempre gostei muito de assistir a filmes policiais; séries, então!...

Há o enigma, o desafio,  o suspense, a ação. 

Nos últimos tempos, todavia, tenho me percebido cada vez mais sensível a eles. Há episódios e séries a que já não dou conta de assistir, dada a violência exposta que cada vez mais me incomoda. 

Tenho preferido ultimamente séries médicas, programas veterinários, de culinária e de viagens. 

Viajo na maionese. 

Conheço e me transporto a lugares a que nunca fui nesse 'mundo de meu Deus', quanta maravilha!

O fato é que, dada minha pouca movimentação,  não passo sem uma televisão, apesar da profusão de episódios e programas repetidos.

Planejo todos os dias voltar a ler, hábito que acabou se perdendo com toda essa história de internações,  afecções do olho etc. 

Mas para quê o 'kindle'?  Posso configurar o tamanho das letras, o brilho, a fonte mais adequada.

Proponho-me a voltar com as meditações,  coisa que fazia diaria e facilmente há anos.

Tenho achado dificuldade em retomar atividades dissipadas pela perda do costume. Iniciar e pegar o ritmo não é fácil e sempre há uma desculpa,  uma 'urgência' qualquer.

A Joana D'Arc, uma de minhas fiéis escudeiras e a quem muita admiro não só,  mas principalmente, pelo desapego (assunto para um outro texto), tem no quarto um dizer que é o  seguinte: 

"Ninguém é expulso de sua própria história.

Sinto-me parte disso?

Que estou fazendo aqui?

Será que estou fazendo o que vim fazer?

Para este lugar melhorar,  o que devo fazer?

Será que estou esperando que alguém faça a minha parte?

Será que estou me auto corrompendo cada vez que falo: 'não posso, não sei, vou pensar etc.?'

Lamentação é preguiça. 

Trinômio da decisão: aqui-hoje-já".

Achei forte. Pensando bem...

Elucubrações à parte, voltamos à vaca fria:

Fiquei pensando em como a violência exposta na mídia não apenas reproduz uma realidade,  como também a incentiva e ensina.

Há ainda as intrigas das novelas, BBB etc. Reprodução e incentivo. 

Cada um de nós olha para o próprio umbigo,  querendo ter e 'ser' mais.

Ser é, numa das acepções do dicionário, "a natureza íntima de uma pessoa; sua essência"... 

Não há nada externo, sim, interno. O externo não passa de uma ilusão. 

Véu que cobre nossas almas. Acabamos por querer 'ser' mais ricos, mais bonitos, mais competentes que.

Há uma cultura,  um verdadeiro inconsciente coletivo. 

Pense nas guerras etc. Que mundo este que habitamos?

Onde o 'humano' da humanidade?

Visto por outro ângulo,  quanta gente vemos despertar,  entra as quais me incluo, com cuidados com o planeta,  com o próximo e consigo mesmo,  no sentido genuíno da palavra! A espiritualidade, a religiosidade e não a religião.  A busca do  'ser' verdadeira. 

Estou à procura de emitir boas vibrações,  seja do jeito que for, para meu lar, o próximo de todos os dias, mas também o próximo tão distante que não conheço e nem imagino. Há muito a se despertar em nós e na humanidade como um todo.

Ainda não consegui pensar nos pobres animais que consumimos, apegada que sou. Mas já consigo agradecer por sua vida e seu sacrifício.  Já é um pequeno passo.

Acredito, realmente, na união de boas vibrações para mudança deste inconsciente coletivo, 

de fato.

Voltando àquelas frases: "Será que estou fazendo o que vim fazer? Para este lugar melhorar, o que devo fazer?"

"É perto das almas boas que a nossa fica melhor" - desconheçoautoria, mas vem pipocando por aí.

Aprendamos com elas, espalhadas como anjos disfarçados, todos os dias trombando em nós, a todo momento.  Tenhamos ouvidos e percepção apurada.

Somos, sim, capazes de mudar o mundo, acredite.

Convocados!


Paula Mendes 

24/09/24

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