sexta-feira, 7 de março de 2025

VIRADAS

 “O GALO É O TIME DA VIRADA,

O GALO É O TIME DO AMOR...” 


Só que não! Não no último jogo.

Quem ganhou foi o Botafogo, alvinegro, para a felicidade de meu pai.

Confesso que fiquei feliz por ele e também pelo time, que nunca havia ganhado uma Libertadores; meu Galo já, e há de vencer outras. 

Mas não viemos discutir futebol (nem política, muito menos  religião).

Enquanto aguardamos a virada do ano, as viradas de copos de cerveja ou de shots, de taças de espumante, conforme o gosto, na virada da noite, tanta gente esperando a virada do plantão, na espera de ir pra casa celebrar, comemorar ou simplesmente dormir e descansar.

Tem gente que é da pá virada, que tem a cabeça virada.

Tem gente, assim como eu, que descobriu que virada do avesso é seu lado mais certo. Ou virada de ponta-cabeça, a fim de enxergar tudo por outro ângulo, por outro viés. Com isso em mente, vim dar uma virada na vida – eu e muitos mais - no jeito de olhar, no jeito de viver. 

É dar uma viradinha e olhar para o outro lado – e enxergar.

Esse é o time da virada.

Tal como aqueles dias em que você amanhece bem fraco, sentindo-se doente, sem energia e termina o mesmo dia com um bem estar, com muito mais força e disposição. Cheio de amor pra dar, isso depois de receber um tanto assim de amor, compreensão e cuidados.

Esse é o time do amor.

O amor que, só ele, muitas e tantas vezes, rege a virada – digo, as viradas na vida.

Sou testemunha disso.

Não querendo falar de mim, mas já falando – pois meu ego se recusa a ficar quieto (nunca quer se calar e parece que só olha pro seu próprio umbigo) – desejo, sinceramente, dar uma virada nos meus valores, ser mais adulta, dar aquela guinada necessária para se ter uma vida mental e emocional saudáveis, mesmo que a saúde do corpo não vá lá muito bem – essa pode até ter uma virada mas, no momento, pés no chão. 

As coisas são o que são; a vida é o que é. Assim como o jogo,que  foi o que foi. Não adianta querer mudar o passado ou o presente; sequer criar expectativas quanto ao futuro. É aceitar, viver ao máximo, se adaptar. “Aceita que dói meinos”, tipo isso, mesmo!.

Ando sem andar, um pouco fraca, um pouco de dificuldade de respirar e outras cositas más. No entanto, rodeada por anjos como estou, envolvida pelo amor e pelo cuidado, cheia de gratidão, dá pra dar uma vidada nisso tudo. Tal como o Galo, não nesse jogo, mas certamente em tantos outros, passados e futuros (assim diz a atleticana). 

Somos o time da virada e o time do amor.

O Amor é o sentido de tudo, dá sentido a tudo e é nosso último e primeiro, único fim de existir. Amar e ser amado, espalhar amor em todas as suas formas, com todas as suas consequências. Transcender é necessário. Deixar de lado a aparêcia física das coisas, aprender a sublimar, sei lá, perceber as subliminares da vida e despertar. 

O mundo pede tudo isso, está necessitado, ainda que não o saiba, obnubilado que está pela ilusão de metas e valores a serem cumpridos e seguidos, tal qual a multidão que caminha junto sem saber para onde está indo. Guiados pela mídia, pela tecnologia insana, por ideais de consumo e de beleza  impossíveis de se alcançar. Tal qual a Barbie, que se fosse gente de verdade, seria completamente desproporcional.  Ilusão, pura ilusão. Desilusão.

Exercitando, no entanto, a tolerância mútua até que se aproxime  da empatia e da compreensão, corre-se o risco de experimentar o amor. Tudo muda, então; tudo parece certo, tudo entra nos eixos, tudo dá aquela virada!

Não nego que seja difícil, há um trabalho árduo a se fazer – árduo simplesmente porque nossos egos querem falar mais alto, ter razão, estar sempre certos, ser o centro da atenção. Pobres de nós, mortais.

Temos que aprender a aprender com as situações que a vida nos propõe. 

Porque fácil, não é pra ninguém, basta olhar para o lado. Mas olha com um pouquinho de amor!

E mesmo que não dê pra dar uma virada nas circunstâncias, é bom saber que a gente não é quadrado e consegue se virar. Verdade, a gente se vira! Depois do luto, depois das perdas, entre as dificuldades, a gente vai se virando. 

Há que se ter em mente a meta, olhar para a frente. Para quê estamos aqui, afinal?

Somos o time da virada, o time do amor.

Só não vale mesmo é permanecer tempo demais com o ovo virado!

E vamos em frente!


Paula Mendes

06/12/2024 (bem perto da virada!)

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