sexta-feira, 7 de março de 2025

TRANSCENDER

 Fico pensando em coisas infinitas,

Em coisas sem fim.

Na plenitude daquilo  que nunca acaba e que tudo transcende.

Na impermanência das coisas, da vida, das estrelas que morrem e ainda enxergamos sua luz depois de longos períodos... 

E em coisas infindas,

Reticências... 

No além e no para além de tudo.

Entrelinhas. 

Nada com ponto final; muitas vírgulas e outras pontuações, talvez. 

Penso nos limites e no ilimitado.

Nada se pode afirmar com um ponto no final.

Nada sabemos, essa a verdade. 

Costumo assistir com frequência a programas de natureza selvagem, em que a natureza não se impõe,  mas flui, simplesmente flui através dos instintos, da renovação da vida, das idas e vindas do clima, das migrações,  da vegetação.

É o Universo, perfeito em si mesmo, apresentando as singularidades de cada um dentro de sua própria espécie tal como uma impressão digital e ao mesmo tempo, todos os aspectos em comum que os une.

Há sempre um líder. 

E há cooperação. 

E há disputas, no caso,  com fins à seleção natural,  preservação das espécies. 

Há a cadeia alimentar. 

Assim como também permeiam a humanidade (os instintos); os homens se caçam, no melhor e no pior dos  sentidos. Instintos.

A seleção talvez não seja tão natural. Nossa alma reclama, sofredora; o planeta reclama, todos os seres vivos e todo o universo respondem, em reação. Consequência da inconsequência. 

Ao mesmo tempo, há paisagens tão dissonantes umas das outras e tão lindas que teimam em encher a vista de beleza e êxtase, da dádiva,  do gozo do existir simplesmente por poder assistir.

E pensar.

Transcender.

O que há no final do arco-íris? Ou será que ele não tem fim?

Onde o buraco negro?

Faço listas sem fim. Quero - ou tento - me organizar;  com minha finitude, elas também chegarão a um termo, matéria que são  - e são também matéria mental, com um pouco mais de vibração de energia, elipticamente falando, mas simplesmente matéria. 

Fico pensando nos leitos de vida e nos leitos de morte. E do quanto não nos permitem falar sobre ela, a morte. Parte da vida. Partir da vida matéria,  assim como a conhecemos.

Já nos leitos da vida, tudo pode acontecer. 

Leitos dos rios que correm em nós. 

Medo.

Medo do intocável,  do inimaginável,  do desconhecido. 

Queremos (ou podemos) controlar o que pretendemos?

Apenas tentar organizar o pensamento diante e dentro de uma impermanência sem fim, e também dentro do caos interno,  paralelamente, externo; este, reflexo daquele. 

Ao mesmo tempo, tudo não é mais do que natural. 

Aprender a deixar a própria natureza fluir dentro de mim e através de mim; o que é,  é - e não deixa de ser,  até que seja o momento.  As coisas se repetem de maneiras diversas até que aprendamos.

Não seria isso para o quê viemos aqui? Deixar fluir Deus, ou como se queira chamar, em nós e através de nós,  através de todos os nossos dons, cada um em sua singularidade.

Estive conversando com o Murilo sobre isso, o deixar fluir, viver e fazer no presente. 

Como as coisas fluem ao exercemos nossos talentos,  nossos dons! Não vemos o tempo passar,  não nos preocupamos com o passado, sequer com o futuro,  somos apenas tomados pelo prazer de fazer, seja lá o que for.

Esse o maior presente da vida: Viver!

Simples assim.

Parece difícil?

Se puder complicar, pra quê simplificar?  Afinal, somos humanos,  neuróticos,  de carne e osso, cada um com seus traumas e estórias,  para contar ou não - e não os espíritos purificados vestidos em trajes brancos, que ajudam a curar a humanidade. 

Talvez, digo, certamente, chegaremos lá,  elipticamente vivendo, indo e voltando, indo e vindo, indo e voltando...

Curando a humanindade como um todo, mas também a humanidade dentro nós,  e digo não no  sentido dos mais admiráveis. 

Somos o que somos e o que damos conta de ser. É isso, cada um dá o seu melhor, o que pode, sem julgamentos. Cada qual só dá o que tem para dar.

Melhorar, mudar, correr atrás, ninguém irá fazer por nós. 

Entretanto, estamos aqui para aprender, superar e transcender.

Deixar fluir aquilo que vem de nossa 'natureza natural', que seja chamado como for, como quiser, Deus,  o Universo,  o Divino, as Leis Universais etc.  

Ou nenhuma das opções acima, mas que tenha por essência o Amor.

Não é para isso que estamos aqui?

Aprendamos com nossos cães, suspeita para falar que sou, porque tenho a Mel para cuidar e também para cuidar de mim.

Amor incondicional. 

Meta.

E deixa a vida rolar!!


Paula Mendes 

09/09/24

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