Fico pensando em coisas infinitas,
Em coisas sem fim.
Na plenitude daquilo que nunca acaba e que tudo transcende.
Na impermanência das coisas, da vida, das estrelas que morrem e ainda enxergamos sua luz depois de longos períodos...
E em coisas infindas,
Reticências...
No além e no para além de tudo.
Entrelinhas.
Nada com ponto final; muitas vírgulas e outras pontuações, talvez.
Penso nos limites e no ilimitado.
Nada se pode afirmar com um ponto no final.
Nada sabemos, essa a verdade.
Costumo assistir com frequência a programas de natureza selvagem, em que a natureza não se impõe, mas flui, simplesmente flui através dos instintos, da renovação da vida, das idas e vindas do clima, das migrações, da vegetação.
É o Universo, perfeito em si mesmo, apresentando as singularidades de cada um dentro de sua própria espécie tal como uma impressão digital e ao mesmo tempo, todos os aspectos em comum que os une.
Há sempre um líder.
E há cooperação.
E há disputas, no caso, com fins à seleção natural, preservação das espécies.
Há a cadeia alimentar.
Assim como também permeiam a humanidade (os instintos); os homens se caçam, no melhor e no pior dos sentidos. Instintos.
A seleção talvez não seja tão natural. Nossa alma reclama, sofredora; o planeta reclama, todos os seres vivos e todo o universo respondem, em reação. Consequência da inconsequência.
Ao mesmo tempo, há paisagens tão dissonantes umas das outras e tão lindas que teimam em encher a vista de beleza e êxtase, da dádiva, do gozo do existir simplesmente por poder assistir.
E pensar.
Transcender.
O que há no final do arco-íris? Ou será que ele não tem fim?
Onde o buraco negro?
Faço listas sem fim. Quero - ou tento - me organizar; com minha finitude, elas também chegarão a um termo, matéria que são - e são também matéria mental, com um pouco mais de vibração de energia, elipticamente falando, mas simplesmente matéria.
Fico pensando nos leitos de vida e nos leitos de morte. E do quanto não nos permitem falar sobre ela, a morte. Parte da vida. Partir da vida matéria, assim como a conhecemos.
Já nos leitos da vida, tudo pode acontecer.
Leitos dos rios que correm em nós.
Medo.
Medo do intocável, do inimaginável, do desconhecido.
Queremos (ou podemos) controlar o que pretendemos?
Apenas tentar organizar o pensamento diante e dentro de uma impermanência sem fim, e também dentro do caos interno, paralelamente, externo; este, reflexo daquele.
Ao mesmo tempo, tudo não é mais do que natural.
Aprender a deixar a própria natureza fluir dentro de mim e através de mim; o que é, é - e não deixa de ser, até que seja o momento. As coisas se repetem de maneiras diversas até que aprendamos.
Não seria isso para o quê viemos aqui? Deixar fluir Deus, ou como se queira chamar, em nós e através de nós, através de todos os nossos dons, cada um em sua singularidade.
Estive conversando com o Murilo sobre isso, o deixar fluir, viver e fazer no presente.
Como as coisas fluem ao exercemos nossos talentos, nossos dons! Não vemos o tempo passar, não nos preocupamos com o passado, sequer com o futuro, somos apenas tomados pelo prazer de fazer, seja lá o que for.
Esse o maior presente da vida: Viver!
Simples assim.
Parece difícil?
Se puder complicar, pra quê simplificar? Afinal, somos humanos, neuróticos, de carne e osso, cada um com seus traumas e estórias, para contar ou não - e não os espíritos purificados vestidos em trajes brancos, que ajudam a curar a humanidade.
Talvez, digo, certamente, chegaremos lá, elipticamente vivendo, indo e voltando, indo e vindo, indo e voltando...
Curando a humanindade como um todo, mas também a humanidade dentro nós, e digo não no sentido dos mais admiráveis.
Somos o que somos e o que damos conta de ser. É isso, cada um dá o seu melhor, o que pode, sem julgamentos. Cada qual só dá o que tem para dar.
Melhorar, mudar, correr atrás, ninguém irá fazer por nós.
Entretanto, estamos aqui para aprender, superar e transcender.
Deixar fluir aquilo que vem de nossa 'natureza natural', que seja chamado como for, como quiser, Deus, o Universo, o Divino, as Leis Universais etc.
Ou nenhuma das opções acima, mas que tenha por essência o Amor.
Não é para isso que estamos aqui?
Aprendamos com nossos cães, suspeita para falar que sou, porque tenho a Mel para cuidar e também para cuidar de mim.
Amor incondicional.
Meta.
E deixa a vida rolar!!
Paula Mendes
09/09/24
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