sexta-feira, 7 de março de 2025

SOBRE CÃES, CAHORROS E GATOS

Muito mal comparando,  são como filhos. Porque filhos, não há amor igual.

São, no entanto, completamente dependentes; podem ser hamsters, corujas, calopsitas e outros tipos de aves, cágados e jabutis, porcos e porquinhos da índia, miquinhos, enfim. Uma infinidade de possibilidades,  até cobras e lagartos. No bom sentido. 

A intersecção dos conjuntos é que são  todos pets. Família. 


Parecem com seus donos, cara de um, focinho do outro.


Dizem que não se deve confiar em pessoas que não gostam de cães; ao mesmo tempo,  que se pode confiar plenamente num cão quando ele não gosta de uma pessoa. O dizer é mais ou menos assim.


A maioria dos cachorros é confiável,  fiel, também é o que corre por aí.


Menos a Kelly,  primeira cadela da mamãe, que era uma 'cachorra': mordeu todo mundo lá de casa, na mão, e ainda tentou abocanhar o pezinho da Stella,  bebezinha ainda, no colo do meu pai, que teve reflexo suficiente  e a tempo. 


Foi doada, voltou pela braveza e, por fim, foi para uma fazenda onde aproveitou muito bem a vida.


Já a Lola, segunda cachorrinha deles, era um 'doce de pessoa'!

Animou-nos a todos a termos um cão,  exceto pelo Henrique,  que somente há pouco acedeu aos repetidos apelos dos meninos.


Há filmes baseados em fatos reais, tal como 'Sempre ao seu lado', com Richard Gere, em que, após a morte do dono, seu cão continua indo diariamente à estação de trem a esperar por ele. Há filmes como 'Marley e Eu' e outros, ficção (quem sabe, não), tipo 'Quatro Vidas de um Cachorro', todos fazendo jus ao amor e à alegria que nos proporcionam, apesar das traquinagens. 


Há ainda aquelas estórias anônimas verdadeiras porém, de cães que esperam durante dias na porta do hospital,  por exemplo, pela alta de seus donos, muitas vezes em situação de rua.


Há cachorros maltratados que,  ainda assim, voltam de rabo abanando para os seus tutores, que definitivamente não os merecem.


É muito amor, uma paixão,  uma gratidão que trazem consigo. Nada como chegar em casa e ser recebido com aquela 'festa', mesmo que se tenha saído só por meia hora.


Protegem, muitas vezes até demais, brincam, dão e pedem carinho e atenção. 


Minha Mel tem seus repentes, se acha que lhe vão roubar os restinhos de ovos mexidos que sempre reservo pra ela. Obediente e desobediente. Inteligente.  Logo entendeu que não podia ter mais contato físico comigo,  por causa da esporotricose. O contato é feito por olhares, esperas, poucos latidos; nunca vi tão expressiva. Temos, além disso, a guarda compartilhada,  eu e meus 'rimãos' a Deborah e o Celestino.  Nunca vi tão mimada!


O Max é o bonzinho da família; a Estrela,  um furacão.  A Nina, ainda não sei dizer.


Há, ainda, aqueles que não são exatamente pets, treinados que são para conduzirem deficientes visuais, trabalhar com a polícia ou trazendo conforto e alegria para pacientes hospitalizados. Aumentam a longevidade, fora a companhia.


O que não podem é passar o dia sozinhos,  presos ou abandonados, uma judiação. Têm sentimentos, sim. Mas esquecem.  Nada de rancor. Amor.


Infeliz de quem os treina para brigas, apostas etc., ainda inconscientes. Há de haver um despertar. Infeliz, ainda, aquele que os têm apenas para o fim de procriar.


Felizes aqueles que os resgatam, cuidam deles, arranjam-lhes pais adotivos, apadrinhamento - tal como um dom, uma missão. 


Felizes os veterinários. 


Felizes aqueles que socializam com sua ajuda e anuência. Cumprem também este papel na vida, fundamental para certas pessoas. 


São vira-latas e também aqueles com pedigree, txuxucas que latem, grandes que mordem e vice-versa. Muitas vezes não se dá nada por eles, mas seus donos sabem: não há dinheiro que pague.


Tenho em mim todos os cães do mundo; resta saber quais alimento (dize-me com que cão andas, que te direi quem és). 


Ao passo que, se tivesse uma gata, coisa que não pretendo, ela se chamaria Ágatha. Christie. 


Quanto aos gatos, dou preferência àqueles humanos.


Paula Mendes 

1°/10/24

[13:10, 01/10/2024] Paula Mendes: P.S.: Ouvi agora há pouco e pela primeira vez, que os cachorros nos ensinam o amor incondicional e os gatos, o amor próprio...

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