Que bom gosto o dele, por gostar de nós (risos)...
Verdade seja dita: que bom gosto o nosso, por amá-lo tanto, conviver com ele, rir de seu jeito ímpar, de seus comentários, de suas reclamações, como se fossem verdadeiras e não viessem apenas da boca pra fora...
Que bom gosto o nosso, de poder entende-lo!
Tão engraçado naquelas suas maneiras e até maneirismos, um pouco exagerado, dizia tudo o que lhe viesse à cabeça.
Mais recolhido à sua solitude, nem sempre apreciava a presença de muitas pessoas á sua volta. Mundo próprio.
Mundo amplo dentro de seus próprios aposentos, movido a músicas, eclético, a cinema, filmes e séries de todos os gêneros. Bom gosto. Sabia o que indicar e contraindicar. Assistia e ouvia a tudo, selecionava a dedo.
Bom gosto gastronômico, igualmente seletivo, não se contentava com pouco, com o mediano. Preferência para doces, mas sabia muito bem escolher seus pratos e sabores. Difícil ver bom gosto assim, bem como para viagens, para hotéis, para pessoas com quem dividir seus hábitos, sua vida, suas peculiaridades.
Viveu como quis. Fazendo planos para novas instalações para TV e cia.
Trazia consigo aquele tino especial que logo fazia “tocar o sino” dentro dele para pessoas, digamos, de caráter ou intenções duvidosas. Era bater e valer, na maioria dos casos. Quase um ‘inconsciente a céu aberto’.
Generoso por trás de todos os ‘NÃO’ que dizia, disponível, coração mole, mole! Carinhoso a seu modo, atencioso. Pureza de espírito, pureza de alma. Ingenuidade, até. Poderia dizer que era um anjo escondido por detrás de suas maneiras contrárias à primeira vista.
Contar com ele.
Cuidava de meus pais, assim como era cuidado.
Pude ter o privilégio de ser meio que sua mãe também, acompanhando-o sempre que possível, de ter sido certa referência em casos de dúvidas, conflitos etc.
Feliz de quem teve o prazer de viajar com ele, ir ao cinema, a restaurantes e docerias, de ser sua companhia e seu amigo. Que bom gosto!
Tão espontâneo, meu Deus! Quando gostava, gostava, quando não...
Ainda ouço sua risada de um tom alto, vejo seus gestos ao conversar, sinto seu amor por cachorros, seus cuidados e carinho com eles.
Ainda posso escutá-lo me chamar de ‘Raimundinha’, véinho!
Faz quase um ano... Mas você estava aqui outro dia mesmo!
Ainda não descobri como homenageá-lo fidedignamente, parece que sempre vai faltar um pedaço, que falta!
(Choro por dentro).
No entanto, ao lembrar de você, sempre rimos, não há como! Lembranças gostosas.
Logo que nasceu e foi levado para casa, encontrava-me na casa de minha madrinha quando minha mãe me ligou, após aquela dúvida atroz para escolher seu nome, comunicando:
- Vai se chamar Maurício!
Que bom gosto!
Privilégio o nosso!
Agradeço.
Paula Mendes
03/05/2024
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