Você já tomou um licor de café? Huummm!! Kahlúa é uma boa marca!!
Há também licores creme de café, tipo Baileys Coffee.
E uma balinha de café depois do almoço, vai bem?Ou você prefere um chocolate com grãos de café?
E um café geladinho, como o café vienense?
Como sobremesa, na verdade, eu prefiro um tiramissu, que leva bastante café e uma bebidinha!
Prometo postar a receita aqui, mais tarde!!
Mas quero fazer minha homenagem ao café, e depois postar um pouco de sua história.
Não sei se sabem, mas logo após me formar em Medicina, me especializei em Homeopatia.
Me lembrei agora de um livro que meu saudoso avô Frazão possuía; ele era médico, não homeopata, mas se interessava por tudo.O livro do Dr. Nilo Cairo veio parar em minhas mãos, com páginas amarelas, tive que reencaderná-lo; ali encontramos uma parte muito interessante sobre o café.
Vou digitá-la aqui, se conseguir enxergar tudo com meus óculos já ultrapassados e ás 03:30 da manhã:
"...Mencionarei de passagem o processo de "decocção" sómente usado, creio eu, entre os turcos e arabes.
O processo brasileiro é o da filtração, por agua fervendo, do café torrado e reduzido a pó fino, na proporção de 1 kilo de pó para 8 kilos de agua. Pela torrefacção em aparelho fechado e levado quasi á carbonificação, a maior parte da cafeína é transformada em cafeona ou cafeol, que dá o aroma e o gosto agradavel desta saborosa bebida.
Os effeitos nocivos devidos á cafeína ficam quasi nullos por esta transformação da cafeína em cafeona, cujos effeitos são differentes da cafeína, e por isso tornando o café uma bebida agradavel e hygienica.
Preparado assim, seus effeitos sobre o organismo são devidos mais á cafeona ou cafeol, principio empyreumatico, do que a cafeína, cuja acção é muito mais ativa e cujos effeitos nocivos são annullados pela torrefacção pelo processo brasileiro. Com a bebida preparada por esse processo, seus effeitos sobre o systema muscular da vida de relação são ligeiramente excitantes, diminuindo a sensação de fadiga e augmentantdo sua capacidade funccional e trabalho util.
Nos musculos da vida vegetativa, a infusão do café augmenta sua força peristaltica e expulsiva, auxiliando a digestão e produzindo uma acção fracamente laxativa.
Tomada em jejum, augmenta as urinas, cerca de 50% de seu volume normal. Sua acção sobre a circulação é ligeiramente excitante, augmentando o numero das pulsações sem elevar a pressão arterial.
Sobre o systema nervoso, produz um bem estar geral, uma sensação de saude, a que dão agora o nome de euphoria, uma exuberancia de idéas, uma maior acuidade dos sentidos, mais ampla comprehensão do entendimento, e a confiança em si mesmo, que se traduz na expressão viva da physionomia.
Na luta pela vida, impede por mais tempo a fadiga moral proveniente das ancias e tumultos, das decepções e falencias da sorte; impede, emfim, murchar a mais bella das emoções humanas - a alegria de viver.
Estes phenomenos passam despercebidos em geral pelo habito e a tolerancia da bebida usual, que não impressiona o organismo fortemente; elles, porém, se reproduzem, pode-se dizer, inconscientemente.
Devido a estas salutares propriedades, é que o governo dos E. Unidos da America do Norte, outros da Europa, incluem na ração de trabalho de seus soldados a infusão do café."...
(por Dr. Theodoro Gomes)
Guia de Medicina Homeopathica - Nilo Cairo
Naturalmente, já observaram que mantive a ortografia original...
Deveras interessante, não é?!
Agora, um pouco de história.
História do Café
"A origem dessa bebida tão presente em
nossas vidas data do século VI, quando na antiga Abissínia (atual
Etiópia) um pastor que levava suas cabras para pastar notou em uma das
noites que elas estavam mais agitadas e saltitantes do que o normal.
Como na noite seguinte as cabras apresentaram o mesmo comportamento, o
pastor recorreu a um monge que os acompanhou, para ver se era algo
sobrenatural. O monge então observou que as cabras estavam comendo
frutinhos vermelhos de um arbusto e levou algumas folhas e frutos para o
mosteiro. Enquanto isso, o pastor provou alguns frutos e sentiu a mesma
excitação de suas cabras, indo juntar-se a elas.
No mosteiro fizeram uma infusão com as
folhas e os frutos, mas o sabor era tão amargo e desagradável que eles
atiraram ao fogo, surgindo um aroma extasiante. Foi feita então uma nova
infusão e os monges beberam e ficaram a madrugada inteira recitando
escrituras. Assim, foi descoberta essa bebida mágica chamada café, capaz
de acabar com o cansaço e estimular o cérebro.
O café já era
muito apreciado no século XV na região da Etiópia, quando cruzou o Mar
Vermelho e atingiu o Iêmen, ganhando interesse do governo e
agricultores, conquistando o mundo árabe. Naquele tempo a bebida era
preparada da seguinte forma: a água era fervida em uma chaleira própria,
o pó de café era adicionado e a mistura fervia por mais um tempo para
perder o sabor desagradável e devia-se bebê-la rapidamente. Algumas
pessoas adicionavam açúcar, canela e cravo-da-índia. Essa bebida era
chamada cahue ou café. A espécie da planta ficou conhecida como Coffea
arábica por ter se adaptado muito bem na Arábia. No final do século XIX
outras espécies passaram a ser cultivadas como a Coffea robusta.
Voltando
ao tempo, no século XVI o Iêmen era o principal produtor de café, que
já era bem conhecido no Oriente Médio. Em meados de 1500 a bebida passou
a ganhar terras do Egito, Síria, Turquia e Grécia, trazida
principalmente pelos mercadores que cruzavam a região. Por volta de 1600
o café chegou ao sul da Índia, espalhando-se por outras regiões do
país. Nessa época, o porto iemenita da cidade de Mokka (Mar Vermelho)
era o maior exportador de café, levando a bebida para a Europa
Ocidental.
Em 1616 o primeiro pé de café chegou à
Europa, desembarcando no Jardim Botânico de Amsterdã. Esse pé ficou em
uma estufa e originou novos pés, que foram levados para o Ceilão (atual
Sri Lanka) e Java (Indonésia), colônias dos holandeses. Em 1706 os
holandeses eram responsáveis pelo abastecimento de café de toda a Europa
e a Indonésia tornara-se o primeiro grande produtor e exportador do
grão.
E o café ia ganhando o mundo! As casas
de café na Turquia, Europa e países árabes eram locais muito
frequentados por intelectuais, artistas, religiosos e comerciantes. Em
Londres, que contava com cerca de 2 mil casas que vendiam a bebida em
1715, seu consumo veio antes do chá, quem diria?
E a moda chegou aos Estados Unidos.
Nessa mesma época começaram a surgir diversas casas de café em Boston e
Nova Iorque. Dizem que foi em um café em Boston, na Union Street, que
surgiram os acordos e pactos para a revolução que culminou com a
independência americana em 1776. Além disso, como o chá era associado à
coroa inglesa, os norte-americanos passaram a consumir mais café e hoje
são os maiores consumidores do mundo.
Continuando a história, o aumento da
demanda fez as lavouras expandirem e no final do século XVIII os
cafezais também prosperavam na Jamaica, Cuba, Porto Rico, Guatemala,
Costa Rica, Venezuela, Colômbia e México. Os franceses levaram o café à
Guiana Francesa, Haiti, Guadalupe, Ilhas Maurício (África), Tonquim
(atual Vietnã) e ilha Reunión (conhecida como Bourbon).
A chegada do café
ao Brasil teve início em 1718, quando os holandeses embarcaram um
cafeeiro para o Suriname, sua colônia. Um ano depois o café chegou à
Guiana Francesa clandestinamente. E dessa colônia francesa o café foi
trazido ao Brasil.
Diz a história que em meados da década de 1720 o governador do Maranhão e Grão Pará, o português João da Maia da Gama
ficou sabendo por um informante da Coroa Portuguesa, que a vizinha
Guiana Francesa possuía cerca de 20 mil cafeeiros e 60 mil mudas
plantadas. Alem disso, o governador da Guiana, o francês Claude
d’Orvilliers, havia desrespeitado a divida entre as duas colônias, o que
foi considerado um insulto à Coroa Portuguesa.
Com a desculpa de fiscalizar a
fronteira, Maia da Gama enviou ao final de fevereiro de 1727 um de seus
mais competentes militares, o argento-mor Francisco de Mello Palheta, a
uma expedição na Guiana com a incumbência de trazer algumas mudas de
café. Para isso, sugeriu sua ida à capital Caiena para uma missão
oficial com o intuito de aproximar-se de Madame d’Orvilliers, esposa do
governador francês.
Palheta, um militar conhecido e
respeitado, foi recebido com todas as honras pelo governador
d’Orvilliers. Durante o jantar, o militar foi muito agradável, contando
suas aventuras pela selva amazônica e trocando olhares e sorrisos com a
senhora d’Orvilliers.
É dito que certa noite a Madame
d’Orvilliers presenteou Palheta com um vaso de flores, onde estava
escondida uma muda de Coffea arábica, além de grãos de café, que foram
escondidos nos bolsos do casaco militar. Dizem que foi um presente de
despedida e de amor!
A expedição retornou a Belém em meados
de maio e o café começou a germinar no Pará no mesmo ano de 1727. No
início, não foi dada muita atenção a essa planta que exigia cuidados no
seu cultivo. Além disso, a colônia experimentava o ciclo de ouro da
mineração, que dominava a atenção Coroa Portuguesa.
Enquanto isso, o café ganhava
importância no mundo e em 1730 já era comercializado como commoditie,
ganhando força com a fundação da primeira bolsa de café em Nova York.
O café não encontrou grande interesse
comercial na região Norte do país e chegou ao Rio de Janeiro entre 1760 e
1762, sendo cultivado em diversas áreas da capital.
Em
1820 começaram a ser colhidas as primeiras safras do grão em grande
escala e, passados dez anos, o café já era o segundo item da pauta de
exportação brasileira, o primeiro era o açúcar. Em 1885 o Rio de Janeiro
era responsável por 70% de toda a produção brasileira de café. O fim do
ciclo da mineração impulsionou a atividade cafeeira no Rio de Janeiro e
Minas Gerais. Mas o auge da produção teve início quando o café entrou
no Vale do Paraíba, que possuía condições climáticas muito favoráveis e
solo muito fértil. O cafeeiro necessita de temperaturas amenas, solo
fértil, não suporta geadas e demora de 4 a 5 anos para começar a
produzir. Essas características foram determinantes para a migração do
café para essas regiões mais altas e com clima temperado.
A expansão do café no Brasil coincidiu
com o declínio de grandes produtores mundiais como Java, Ceilão e Haiti.
Assim, em 1890 o Brasil era o responsável por 70% da produção mundial,
embarcando cerca de 15 milhões de sacas anuais para um mercado
consumidor de 20 milhões.
Ao mesmo tempo em que o café trazia desenvolvimento para o país, também causava danos ambientais e exploração de imigrantes."
Livro: Café - um grão de história
Livro: Café - um grão de história
Amei os ensinamentos do seu avô.
ResponderExcluirSuper interessante encontrar um livro escrito por nosso avô . Uma reliquia. Adorei o estilo antigo da escrita.
Como todo brasileiro, gosto mto de café mas acho o cheiro melhor do que o próprio café. Rejane
Rejane, acho que o que escrevi sobre meu avô foi ambíguo. Me desculpe!
ExcluirEle possuía o livro do Dr. Nilo Cairo, não o escreveu, ok?
Mas os ensinamentos são mesmo ótimos, nao?
Um beijo.
Depois tomamos um cafezinho!!
Vou modificar o texto.
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