quinta-feira, 21 de março de 2019

Continuum

O primeiro namorado de que me lembro se chamava Wallace. Tínhamos 7 anos e estávamos no 2º ano primário da Escola Estadual Bueno Brandão. Quando os colegas "mexiam" com a gente, por estarmos de mãos dadas no pátio do recreio, Wallace me falava para esperá-lo ali e ia tirar satisfações com os colegas. Eu ficava imóvel, ali parada, esperando ele voltar, meu protetor. E voltávamos a andar de mãos dadas e conversar, brincar.
Meu segundo namorado tinha 16 e eu, 9. Era primo do meu primo. Eu usava uns óculos quadrados horrorosos e tinha cara de menino. Era uma paixão! Coisas de criança marcadas na alma da gente. Pura fantasia.
Mas o meu primeiro namorado mesmo, daqueles de levar em casa para conhecer os pais, apresentar pros amigos, etc, foi no Colégio Dom Silvério, assim o chamávamos na época, hoje o chamam de Marista. Foi quando surgiu minha primeira poesia. Eu podia ter uns 13 anos. Ainda me lembro dela:

De repente
Me vejo
Com a minha mente
Cheia de você.

                                     Subitamente
                                     Me vejo
                                     Um pouco carente
                                     Querendo você.

Estupidamente
Me vejo
Como incoerente
Seguindo você.

                                     No inconsciente
                                     Me vejo
                                    Assim loucamente
                                    Amando você.

Repentinamente
Me vejo.
E perdidamente
Só quero você.

E ainda assinava como "Pequena".
Que conste que este namorado continua meu amigo até hoje.
Depois dessa, vieram seiscentas mil poesias de adolescências, as quais estavam em meu poder até há pouquíssimos anos. Não sei por que cargas d'água me deu de me desfazer delas.
Parte da minha vida.

Fiquei pensando neste blog. Em vez de reativá-lo, havia pensado em iniciar um outro.
Dei uma guinada na minha vida emocional, e me parecia que estava tudo muito diferente para ter uma continuidade.
Mas, não!
Percebi que a vida É este continuum, e que tudo sou eu, esta e aquela.
Evoluindo.




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Qualquer dia vou postar coisas sobre vôos.
Continuamos aqui, com a Graça de Deus!!

Paula Mendes
21/03/2019


2 comentários:

Costurando a vida! – Fica-te tão bem o dia que trazes. Onde é que o arranjaste? – Fui eu que fiz. Já me aborreciam os dias sempre iguais, se...