sexta-feira, 26 de junho de 2020

Mês do orgulho LGBTQIA+




Olá!
Como introdução, resolvi copiar este artigo de 2019, para apresentar aos ignorantes no assunto, entre os quais me incluía ou ainda me incluo, o significado de cada "letrinha" desta sigla ou abreviatura enorme!
Aí vai...







sigla LGBTQIA+

Deu pra ler?
Ocorreram-me tantas ideias para falar sobre o assunto, que não sei como organizá-las.
Em primeiro lugar, não há como não me lembrar de uma querida amiga que tem dois filhos que fazem parte deste grupo, e que veste a camisa de "Mães pela Diversidade", com muito orgulho e todo o amor. É um exemplo a ser seguido.
Sei que muitos de vocês, a esta altura (e eu nem comecei direito o texto ainda), já pensaram: "Coitadaa!!"
A vida de cada um de nós tem seus percalços e seus desafios. Ninguém foge a eles.
Vivemos numa cultura machista, em que as minorias tendem a ser discriminadas e julgadas. É raro nascer em um lar, no Brasil, que não tenha sofrido esta influência, por maior ou menor que seja.
Preconceito.
Imagino que minha amiga pode ter lidado, sim, com grandes desafios internos e externos para com a situação, mormente por "pena" do que os filhos teriam que enfrentar, mas também por muitos outros aspectos, até chegar ao ponto em que se encontra hoje. É uma pessoa admirável, por motivos vários, inclusive.
O fato é que, quero deixar bem claro, a "opção" sexual de cada um de nós não chega a ser bem uma escolha. Quando se chega à puberdade, até mesmo antes, já se sente atração por um ou por outro sexo. Isso brota natural e independentemente da vontade.
Muitas teorias erguem-se a este respeito. A psicanálise tem uma, outros falam em modo de ser criado, em genética, em estrutura de personalidade, em ambiente, falta de pai, excesso de mãe, em influência externa, abusos sofridos... Não pretendo desenvolver este tema, muito complexo e que demanda pesquisa. São muitos pontos de vista e ideologias discrepantes. Deixemo-los de lado. O processo é de cada um e possivelmente haja vários fatores interconectados.
Quero falar, primeiramente, do respeito que se deve a todo e qualquer ser humano, seja lá quem for e em que nível evolutivo se encontre. Este é um ponto fundamental e do qual estamos distantes como humanidade, infelizmente. Mas, se não podemos amar, compreender, pelo menos que nos respeitemos uns aos outros, profundamente, sem julgamentos e pré-conceitos. Sem querer interferir na vida alheia e sem desejar mudar o próximo. Nem a nós mesmos conseguimos mudar, apesar de nossos esforços.
Cada um sabe de si e onde lhe apertam os sapatos. Ninguém calçou os meus, ninguém calçará os seus. Portanto, não julgue. 
A sua sexualidade só diz respeito a você, contanto que não faça mal ou desrespeite outro ser.
Assim como os negros, indígenas, refugiados, moradores de rua e muitos outros, os integrantes do grupo LGBTQIA+ sofrem discriminações desde sempre; e desde que se entendem por gente enfrentam uma luta interna, na tentativa de compreenderem a si mesmos, de se assumirem perante si mesmos e perante a família e a sociedade e muitas vezes, no início da vida afetiva, tentam relações heterossexuais para fazerem parte de uma dita "normalidade". Não se encaixam, entretanto. Que fazer? É uma batalha!
Isso sem fazer referência aos atos de violência gratuitos a que são sujeitos inúmeras vezes, por ignorância e prejulgamento por parte de outrem. A educação tem um valor fundamental para prevenir estes episódios.
Apesar de nossa sociedade contemporânea já aceitar inclusive que se ande de mãos dadas com pessoas do mesmo sexo em público, o casamento entre elas, adoção de filhos, muitas dessas pessoas nunca saem do armário, levando uma vida dupla e conturbada, cheia de conflitos; as dificuldades parecem ser maiores no que tange à aceitação por parte de seus familiares, mas também no trabalho, grupos de amigos e afins.
Que sofrimento é esse?  A necessidade de ser aceito é muito grande dentro em nós, seres humanos, de nos sentirmos parte, sentirmo-nos aceitos, amados e respeitados. 
Ainda, a ideologia política atual tende a condená-los, assim como muitas religiões.
Não deve ser nada fácil ser integrante deste grupo, e ninguém faz parte dele por livre e espontânea vontade. Se bem que, por mero modismo, já presenciei alguns adolescentes se denominarem "bi", por exemplo, sem o serem na verdade, por pegar bem, "ser bonito" hoje em dia. Ainda, há aqueles que fazem incursões por relações com pessoas do mesmo sexo, por mera curiosidade, sem que se identifiquem com os bissexuais ou outra denominação... 
Confuso, né?!
Muito mais confuso ainda se tornou, com o aparecimento desta "porção" de letras que denominam cada orientação. Aparentemente, englobam o todo e incluem mais pessoas. Mas... será mesmo? Daqui a pouco, teremos todo o alfabeto...
A meu ver, quando a denominação antiga GLS ainda era válida, talvez o grupo fosse mais coeso e tivesse mais força política. Quanto mais dividido, mais enfraquecido. Pois "eu sou assim, você é assado, não somos a mesma coisa. Não me identifico com você." Não seria muito mais fácil fazer o grupo se dissipar, desta forma? A representação deixa de existir, e cada conjunto teria menos integrantes, vamos dizer assim. Menos força. É um caso a se pensar... 
Já diria Sun Tzu em "A Arte da Guerra".
Mas é certo que hoje têm mais visibilidade do que quando eram apenas GLS.
O que mais tenho a dizer?
Tenho queridos amigos, graças a Deus, que fazem parte desta denominação e que enriquecem minha vida com amor, com outros pontos de vista, com humor, com descontração e com questionamentos válidos. Eles são um grupo à parte, no bom sentido; mas que nunca sejam um grupo "à parte"! Torno-me uma pessoa mais rica por isto. Sou grata.
Só queria que não tivessem que ter sofrido tanto, e desejo-lhes todo o bem, o respeito, o amor, a inclusão, a compreensão e tudo o que for de melhor, com seu vocabulário próprio, seus lugares preferidos, suas lutas políticas e internas, sua arte, e que cada um seja pleno e possa simplesmente ser! Que me incluam em suas vidas.
Principalmente, que sejam amados, valorizados e aceitos por suas famílias, como todo filho deve ser, e assim como minha amiga ama e se orgulha de seus filhos! Que sejam felizes.
A humanidade é diversa, graças a Deus!!
Que seja assim!!

Paula Mendes
26/06/2020





5 comentários:

  1. Amei e compartilho com mesmo eixo de análise. Parabéns pelo conteúdo. Abraço :-)

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  2. Texto super bem escrito amiga. Fácil de entender.
    Não posso dizer o mesmo sobre o tema. Acredito tbm que eles são 'diferentes' não totalmente por vontade própria. Tenho respeito por eles mas não consigo ficar à vontade com demonstrações, às vezes desnecessárias, por parte deles.
    Rejane

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    Respostas
    1. Não faz parte da nossa cultura, não é mesmo?
      E sempre tem gente que se excede, mesmo entre os hétero.
      Excessos não são muito bons em nada, praticamente.

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  3. 28 de junho - Dia Internacional do Orgulho LGBTI+

    Hoje é dia deles, delas, delxs...
    Hoje é dia dxs Filhxs das Mães!

    E dia de expressarmos aqui nossa alegria, amor e muito mas MUITO orgulho em sermos Mães pela Diversidade de todxs nossxs filhxs, não importa a sexualidade e/ou gênero.
    ❤🧡💛💚💙💜

    Vocês são nossas joias mais preciosas e vamos gritar para o mundo inteiro que o nosso amor é incondicional e que nunca, JAMAIS, haverá nada de errado com vocês. Muito pelo contrário, vemos diariamenteem seus olhos a luta diária contra o preconceito. Mas estaremos sempre aqui para abraçar nos momentos difíceis e vibrar nos momentos de conquistas. Seguiremos sempre de mãos dadas. ❤

    Orgulhem-se, nossos amores!
    E jamais deixem que ninguém diga que vocês são pessoas que não merecem amor ou que são indesejadas.
    Vocês são as luz dos nossos olhos!

    Por todxs aqueles que já perdemos e por todxs que continuam...
    Feliz Dia do Orgulho 🏳️‍🌈

    Com todo o amor do mundo,
    Mães pela Diversidade.Quanto mais AMO mais eu ganho.

    Comentário de minha amiga Ana Antunes

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Costurando a vida! – Fica-te tão bem o dia que trazes. Onde é que o arranjaste? – Fui eu que fiz. Já me aborreciam os dias sempre iguais, se...