quarta-feira, 9 de junho de 2021

Festa no céu

 Hoje o céu amanheceu em festa! D. Célia foi se encontrar com Sr. Vicente.

As palavras que ficam são saudade, gratidão, missão cumprida. Eterna gratidão.

D. Célia foi uma segunda mãe para minha filha, quando não pude estar. E como cuidou dela, como a amou!

Mesmo na pandemia, não perdemos contato. Pelo Whatsapp, o qual ela não sabia usar direito (risos), era mais frequente. Mas também por telefonemas e até uma visita ou outra; na verdade, uma visita e outra, apenas.

Tínhamos uma forte amizade, um laço de amor que nos unia; foi ela a primeira a ler meu livro, ainda no rascunho, antes da publicação.

Diplomata é a palavra que a define, a meu ver.

Uma costureira de fino trato, delicada, fazia amizade fácil com todos a sua volta, seja no seu condomínio, seja na fisioterapia, na igreja São Vicente de Paula, da qual participava ativamente (pra não dizer religiosamente), ou onde quer que fosse e estivesse.

Muito positiva, alegre, trazia consigo uma energia muito boa que contagiava o ambiente. Sensível.

Eu sempre dizia que tinha um ex-marido (o Júnior, meu querido amigo), mas que tinha uma sogra, e não uma ex-sogra. Sogra com ‘S’ maiúsculo, de Super Sogra e de tanto amor envolvido. Uma Sogra que todo mundo quereria chamar de Sua.

Uma guerreira que sobreviveu a um infarto, cuja revascularização testemunhei, a uma troca de válvulas cardíacas e a outros percalços da vida.

Hoje meu peito está apertado, estou triste. A pandemia tem levado pessoas próximas de todos. A maioria de nós conhece a dor desta perda, seja por um familiar ou um amigo. Não tenho palavras.

Minhas palavras são uma vibração, um silêncio, uma energia que envolva o universo, o planeta, a humanidade, para que nos curemos, não apenas da pandemia, mas que nos tornemos mais solidários uns para com os outros, uns países para com os outros, para que transformemos essa mentalidade individualista em uma coletiva, em prol do bem comum. Esse é o meu sonho, e sei que muitos compartilham dele. Esperança que nunca acaba.

Não quero deixar de parafrasear este autor desconhecido, cuja frase minha amiga Deborah Secchin me enviou: neste momento, “só uso as palavras para compor o meu silêncio”... Porque um minuto de silêncio é muito pouco para honrar a sua memória. Ela permanecerá em mim, no meu âmago, e em todos os que tivemos o privilégio de conviver com ela.

Boas vibrações para os filhos, Vicente Jr., Eduardo, Claudine; os netos, Pedro, Sara e Stella, minha filha; e também a todos os familiares e amigos que sofrem neste momento. Sei que nossos corações hão se ser confortados e que teremos força para continuar na caminhada, até um dia... 

E a saudade que dói vai se transformando em uma saudade mais gostosa, com o tempo. Porque só temos coisas boas a relembrar.

Sem mais, com muita emoção, termino este texto, juntamente com Santo Agostinho:



Que Deus a receba carinhosamente em Seus braços misericordiosos, e nos traga a paz de que necessitamos.


Paula Mendes

09/06/2021

6 comentários:

  1. Meus sentimentos,que espirito santo console a todos vcs...

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  2. Ô minha 🌹 mais linda e perfumosa, meus sentimentos a todos vcs. Que lindeza de texto como tudo o que escreve e faz.vFiquem bem ❤❤❤

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  3. Festa animada no céu, conforto divino para os amigos e parentes da Terra.

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