"Quando observamos a graciosidade da bailarina que se equilibra numa pose absolutamente perfeita e admiramos a beleza e o rigor dos seus movimentos, nada mais vemos do que aquilo que os nossos olhos permitem. Não vemos os pés ensanguentados. As horas infindáveis de trabalho. O sofrimento. O sacrifício. Olhamos para a bailarina com a distância que nos dá a certeza das coisas que nunca conseguiremos fazer. Achamos que a facilidade com que não fazemos as coisas é a mesma com que a bailarina se move à nossa frente. Pensamos que para ela é fácil. Não lhe custa nada, ela consegue. Esquecemo-nos do esforço que faz com que a bailarina execute naturalmente os seus passos. Esquecemo-nos porque nem sequer o conhecemos. Esquecemo-nos de que a facilidade dá muito trabalho. Esquecemo-nos de que, para parecer fácil, foi muito difícil."
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