domingo, 31 de maio de 2020

2020 – Ano de isolamento




Dias, semanas, meses, ano de isolamento.
Que ano de doido é este, meu Deus?
Somos assolados como mundo, como planeta, como espécie, por uma pandemia. Ameaça-se o colapso da economia e dos sistemas de saúde. Há mortes, há números.
Há indivíduos afetados pela doença, assim como suas famílias. Não são números. Eles têm nome.
Há profissionais de saúde trabalhando dobrado, muitas vezes sem proteção adequada, dando de si e ao mesmo tempo receosos do contágio a si mesmos e a suas famílias, pais, filhos, irmãos... Não são números, são pessoas reais, cada uma com uma história.
Paira uma confusão política, guerra entre os poderes, ninguém se entende, quando o foco deveria ser a saúde da população e mais nada; mais sim, a sua sobrevivência em termos de necessidades básicas, igualmente.
As diferenças socioeconômico-culturais se escancaram.
Dividem-se opiniões e o isolamento social não é feito adequadamente. Crescem exponencialmente os casos da doença. Uns não usam máscaras e se aglomeram. Outros, para nada saem de casa.
Trabalha-se de casa, estuda-se de casa. Pais aos computadores, filhos pequenos entediados e ansiosos a lhes demandar atenção.
No fundo, a ansiedade e o medo alcançam a todos, mesmo aqueles que negam a realidade.
Há países a se estranharem. Governos a se estranharem. Poderes a se estranharem. Pessoas a se estranharem.
Cresce a violência doméstica. Não só a doméstica.
O novo sonho de consumo é uma máquina de lavar compras.
As máscaras lançam moda. Álcool em gel, máscaras e itens relacionados aumentam de preço, também exponencialmente. Busca pelo proveito próprio.
Multiplicam-se as consultas por videoconferência.  Dúvidas sobre a saúde, sobre como proceder; ansiedade, depressão.
As pesquisas por uma vacina e por um tratamento tentam avançar o mais célere possível.
Há aqueles que pensam na ajuda humanitária e altruísta. Há aqueles que pensam em si.
Que será do amanhã? Não há respostas.
Que fazer com toda essa balbúrdia? Como ficamos no meio de tudo isso? Inseguros, deveremos dormir muito? Comer demais? Arrumar os armários vezes seguidas?
É um tempo para tirar um tempo. Pensar em si. Enfrentar os próprios demônios, o que nunca é fácil. Eles às vezes aparecem quando você se olha no espelho, e acabam saindo por onde não devem, se você não lida com eles. Há uma história por trás; há uma história aí dentro. Ela precisa ser contada, de alguma forma.
É um tempo para o autoconhecimento. Para parar e fazer meditação. Acalmar a mente.
É um tempo para amar a família e cuidar dela.
É um tempo para se ouvir as músicas de que se gosta, ler os livros que estão na fila, assistir aos filmes que você tanto queria e não tinha tempo.
É um tempo para respeitar o outro.
Isso se faz saindo para o trabalho, para cuidar do próximo; ou não indo ao trabalho. Isso se faz ficando em casa. Isso se faz usando a máscara, por mais incômoda que seja, e lavando as mãos. Mantendo distância das pessoas a quem às vezes mais se ama.
Que tempos diferentes!
A História vai contar.
A Humanidade carece de Amor. Este é o tempo da oportunidade para tanto.
Estamos sabendo aproveitá-la?
Bom, se não institucionalmente, se não entre os diversos países, estados, poderes, que pelo menos saibamos aproveitá-la individualmente. Se cada um o fizer, o todo faz a diferença.
Ame em casa. Respeite o próximo. Aproveite este tempo para se burilar.
E não nos esqueçamos das orações. Vibremos pelo nosso pais, pelo planeta e pela humanidade.
Neste dia de Pentecostes, em que o Espírito Santo baixou sobre Maria e os apóstolos, oremos para que o Espírito Santo ilumine nossos caminhos e os caminhos daqueles que detêm o poder, e os caminhos que a população escolhe para si também.
Que seja o caminho do amor, do respeito e do cuidado.
É o que mais desejamos.
Que não nos rendamos. Se externamente as coisas não vão bem, que você possa fazer com que internamente elas melhorem cada vez mais.
Tenha paciência, tolerância. Tenha paz. Aprenda a lidar com as frustrações.
Na vida, tudo passa.
Que aprendamos a lidar com a tempestade, pois a bonança virá. Está ali na frente, depois da curva.
É uma ótima oportunidade para aprendermos o quanto somos humildes, o quanto somos vulneráveis e o quanto somos dependentes uns dos outros.
Somos Um.
Que o Espírito Santo possa nos revelar esta grande Verdade e nos conscientizar Dela.
Muita paz, muita luz, muito humor, muitos sonhos, muito bom senso para você!!
Beijos virtuais!!


“As coisas mudam no devagar depressa dos tempos "(Guimarães Rosa)

Paula Mendes
31/05/2020








9 comentários:

  1. Sábias palavras, vc disse tudo se cada um de nos fizemos a nossa parte.👏👏

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    1. Isso é muito importante!!
      Não identifiquei quem escreveu...

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  2. Muito bom , sabia são suas palavras .

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  3. Muito bom , sabia são suas palavras .Fran

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  4. Vc amiga não é desse mundo não. De um hospital vc consegue escrever um texto lindo desse. Não deixou nada pra ser dito. Vc veio a esse mundo pra iluminar o caminho das pessoas com quem vc convive. Obrigada por existir.
    Rejane

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    1. Obrigada por existir também, minha querida!! Deus te abençoe!!

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