quarta-feira, 13 de setembro de 2023

(in)SAPIENTE…


Não sei se sou pegada 
a que descumpri o passo
Ou o rasto perene 
no encalço dos meus dias
Sou os caminhos concretos que fiz
E os destinos ideados
de que revim 
sem nunca ter ido

Não sei se sou palavra 
a que falta a voz
Ou os silêncios eloquentes
que não calei
Sou o eco de mudezes minhas
E o segredo dos meus gritos
 natimortos

Não sei se sou retiro 
a que falta o ermo
Ou se me falto na minha solitude
Sou presença despovoada na multidão
E abundância d´alma na quietude

Não sei se sou saudade 
a que falta a lembrança
Ou a memória desnuda
que me habita
Sou a nostalgia do que vivi
E comemoração do passado que sou

Não sei se sou combate 
a que falta a luta
Ou as vitórias em que me venci
Sou o revés na batalha ganha
E vivente triunfo na guerra perdida

Não sei do saber todo
Nem sei tudo o que fui
Mas sei-me pelo que sou
E por aquilo que aprendi.

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Paulo Gonçalves Ribeiro
Setembro/2013
© Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004, de 24 de agosto.

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