(in)SAPIENTE…
Não sei se sou pegada
a que descumpri o passo
Ou o rasto perene
no encalço dos meus dias
Sou os caminhos concretos que fiz
E os destinos ideados
de que revim
sem nunca ter ido
Não sei se sou palavra
a que falta a voz
Ou os silêncios eloquentes
que não calei
Sou o eco de mudezes minhas
E o segredo dos meus gritos
natimortos
Não sei se sou retiro
a que falta o ermo
Ou se me falto na minha solitude
Sou presença despovoada na multidão
E abundância d´alma na quietude
Não sei se sou saudade
a que falta a lembrança
Ou a memória desnuda
que me habita
Sou a nostalgia do que vivi
E comemoração do passado que sou
Não sei se sou combate
a que falta a luta
Ou as vitórias em que me venci
Sou o revés na batalha ganha
E vivente triunfo na guerra perdida
Não sei do saber todo
Nem sei tudo o que fui
Mas sei-me pelo que sou
E por aquilo que aprendi.
----------------------------
Paulo Gonçalves Ribeiro
Setembro/2013
© Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004, de 24 de agosto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário