segunda-feira, 10 de junho de 2019

Sobre cabelos





Tenho “cabeça de pau de fósforo”. Cabelos avermelhados.
Encaracolados.
Resolvi deixar a raiz crescer mais, bem embranquecida, e cortar bem curtinho. Deixar crescer branco, ou grisalho, sei lá como estão meus cabelos, na realidade.
Mas voltei atrás na decisão. Não. Pintei de novo, agora acaju, e vou deixar crescer até fazer um chanel moderno e cacheado.
Há algum tempo, descolori os cabelos, na intenção de deixá-los crescer brancos, igualmente. Permaneci loira por certo período e voltei a pintá-los.
Está uma moda de deixar os cabelos grisalhos, largar a escravidão das tintas e salões de beleza. Retocar a raiz, pintar tudo de novo, a cada mês.
As outras mulheres da família, minha mãe e irmã, nunca tingiram os cabelos. Minha mãe é mais vaidosa, já minha irmã, sem vaidade alguma. Sempre foi assim.
Eu, segundo minha filha, sou meio perua e brega. Gosto de tudo combinadinho, os brincos com os anéis e a pulseira, o sapato, a bolsa.O batom.
Segundo a Rose, minha manicure, depiladora e amiga, não pintar os cabelos é “passar recibo”; deixar transparecer a idade.
Já minha ex-sogra, D. Célia, que nos dá sempre o prazer de sua companhia amorosa, sempre dizia que quando envelhecesse, não tingiria mais os cabelos. Mas permanece com os cabelos pintados, e certo mal-estar com relação a isso.
Na minha opinião, para deixar os cabelos grisalhos, na minha idade, teria que andar sempre de batom, com brincos chamativos, um corte moderno.  Assim diria também minha amiga Rita, que já não se encontra entre nós.
Tem gente que faz “luzes”, para disfarçar a brancura.
O certo é que os cabelos, como a vestimenta, falam muito sobre a personalidade da pessoa. Sem querer fazer pré-julgamentos, mas fazendo, "batendo o olho", você já tem aquela primeira impressão. Esta pessoa é assim, não assado; valoriza isso, e não aquilo.
Parece que sou mesmo “cabeça de pau de fósforo”. Vermelha. Apaixonada. Não uso marcas, não sigo modismos, mas mantenho os cabelos pintados, não consegui me conceber de outra forma. Não que não queira “passar recibo”.  É outra coisa. É como me vejo.
Ainda não me reconheço com os cabelos cacheados, que sempre foram lisos. Não me reconheço no espelho com “cara de corticoide”; ainda bem que o estão tirando. Busco me encontrar na minha essência, mas também na minha aparência. Ela fala muito de mim, de nós.
Sim, vou manter os cabelos vermelhos e apaixonados. Os caminhos entre árvores de flores vermelhas.
Quanto a você, busque-se também na sua essência. 
Os cabelos podem dar o que pensar. Pode parecer coisa tão superficial! Mas pense bem, não é. É você, é o que quer dizer ao mundo sobre si. É o que quer dizer a si mesma, diante do espelho.
Assuma-se, seja feliz. O mais importante é sermos autênticos.
A vida é curta.

Paula Mendes
10/06/2019

8 comentários:

  1. Pau de fósforo pega fogo! Ah, se pega!

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    1. Mas morre queimado... Acho que sou como aquelas velinhas cintilantes que acendem de novo!!!

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  2. É isso aí amiga. Eu nunca pensei em deixar meus cabelos brancos, apesar de achar os grisalhos lindos e práticos. Da minha mãe, da sua mãe. Da mesma forma que não gosto dos meus despenteados, acho que não vou gostar deles brancos. Rejane

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  3. Oiiiiii e eu tb nunca deixei brancos rs ... Vamos adiante dependendo das tintas rsrs 😍Márcia Vital.

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  4. Ainda bem que voltou atrás, eu acho que e passar recibo mesmo.kkkk

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