domingo, 6 de dezembro de 2020

O NATAL ESTE ANO

 



 

COVID-19

NOVO CORONAVÍRUS

PANDEMIA

NÚMERO DE CASOS

NÚMERO DE MORTES

ISOLAMENTO SOCIAL

 

Talvez estas tenham sido as palavras mais utilizadas durante este período.

Tudo novo; tudo diferente!

Isolamento social. Comércio fechado, aberto, fechado...

Novos horários de funcionamento, novas maneiras de funcionar.

Trabalho on-line, reuniões on-line, aulas on-line.

Risco diante da aglomeração de pessoas.

E o Natal, como vai ser, vai acontecer?

Sim, o Natal vai acontecer! O Natal tem que acontecer.

Entretanto, teremos que reinventá-lo neste ano que chega ao seu final.

Não somos quadrados; somos flexíveis e podemos nos adaptar e nos readaptar a realidades diferentes em momentos diferentes, usando a criatividade e o otimismo.

Nem sempre é fácil tirar algo de positivo de dentro de um contexto de acontecimentos negativos. Pelo contrário, muitas vezes é difícil. Mas tudo depende do ângulo sob o qual você enxerga; tudo depende da ótica. Depende do que quer ver e do que quer construir. Depende do que quer fazer com isso – porque você pode fazer.

Não poderemos, nem deveremos, participar de reuniões de confraternização de empresas, igrejas, escolas, famílias, que costumam acontecer ao fim de cada ciclo. A família não deverá se reunir em grandes grupos, fazer aqueles célebres amigos-ocultos. Nada disso. Só os de casa. Assim é melhor, menos arriscado; aconselhável.

Mas continua sendo o dia do nascimento de Jesus Cristo, e isso deve ser sempre relembrado e celebrado. Sua mensagem tem que ser trazida de novo e de novo, todos os anos, para que não nos esqueçamos dela; para que façamos novamente nossos votos de vida e de atitudes, aqueles de que nos havíamos esquecido na correria do cotidiano. A mensagem do Amor ainda não foi aprendida por inteiro, ela está em processo. Precisa ser repetida, rememorada.

Em ano de eleições, questiona-se ainda mais o andamento dos acontecimentos do mundo. Guerras, vacinas, apagões, queimadas, promessas; danos ao meio ambiente, corrupção; por outro lado, grupos de meditação, de oração pelo mundo, pelos povos, pela paz, pela nação. Pelas pessoas doentes e pelas famílias que perderam entes queridos.

Talvez algo esteja verdadeiramente morrendo, para além das pessoas que infelizmente se foram com este vírus; mas talvez algo mais esteja também germinando, brotando dentro das pessoas.

Há terras queimadas, no entanto, há aquelas fecundas. Lançam-se sementes aqui e ali, de um modo e de outro. Sementes de esperança de dias melhores, de um mundo melhor para todos.

A esperança não morre. E nos move para fazer acontecer.

Teremos uma festa íntima, com aqueles a quem mais amamos. E amaremos, e ensinaremos a amar. Talvez tenhamos um Natal mais genuíno, em que o que verdadeiramente importa se mostrará. Não tanta gente, não tantos presentes, não tantas guloseimas, não tanta moda... Mas tanto amor!

E desejaremos como presente um mundo mais humano, com mais ideais e muitas ideias novas, saúde, vacinas, tratamentos. Saúde para nós, homens, mas também para a política, igualmente para o meio ambiente, o ar, a natureza, os animais, a água. Quem sabe teremos novas formas de energia em breve? Novas formas de viver e lidar com o nosso universo? Novas maneiras de cuidar de nós mesmos? Talvez tenhamos de presente de Natal uma vacina, mesmo que ela chegue um pouquinho atrasada...

A vida já está cheia de novidades, temos que nos reinventar a cada momento. Os professores, os profissionais de saúde, não vou me perder em exemplos - na verdade, todos nós estamos nos reinventando e questionando até mesmo se devemos ou não ir até a padaria da esquina.

Há o cansaço, a solidão do isolamento, a ansiedade, o medo. Muito cansaço de tudo isso.

Mas há também a Esperança, e é isso que Jesus vem nos trazer este ano, neste Natal, neste momento.

Além dela, o amor àqueles bem próximos de nós, e o amor àqueles que estão sofrendo, mesmo que não os conheçamos e que estejam do outro lado do mundo.

É um novo mundo. Um mundo novo. Um novo universo se abre à nossa frente.

Quem sabe é o início de alguma coisa melhor?

Teremos sim, o nosso Natal, desejando o que há de melhor aos nossos familiares e o que há de melhor ao universo como um todo, à humanidade como somos todos.

Haverá o Natal e celebraremos. E nos lembraremos de todos, mesmo que à distância.

Um longe, mas tão perto...

Trago aqui então um texto para refletirmos e celebrarmos juntos e, desde já, desejo a você todo o amor que merece e de que é digno!

 

 

 

 

O Pe. Javier Leoz, pároco de São Lourenço em Pamplona, Espanha,

publicou sua reflexão sobre o Natal, em forma de poema, que lido pelo Papa Francisco lhe mereceu um telefonema.

 

NÃO HAVERÁ NATAL?

 

Claro que sim!

Mais silencioso e com mais profundidade,

Mais parecido com o primeiro em que Jesus nasceu em solidão.

Sem muitas luzes na terra,

mas com a da estrela de Belém

fulgurando trilhas de vida em sua imensidão.

Sem cortejos reais colossais,

mas com a humildade de sentir-nos

pastores e servos buscando a Verdade.

Sem grandes mesas e com amargas ausências,

mas com a presença de um Deus que tudo plenificará.

 

Não haverá natal?

Claro que sim!

Sem as ruas a transbordar,

mas com o coração aquecido

pelo que está por chegar.

Sem barulhos nem ruídos,

propagandas ou foguetes...

mas vivendo o Mistério sem medo

do "covid-herodes" que pretende

tirar-nos até o sonho da esperança.

 

Haverá Natal porque Deus está ao nosso lado

e partilha, como Cristo no presépio,

nossa pobreza, prova, pranto, angustia e orfandade.

Haverá Natal porque necessitamos

de uma luz divina no meio de tanta escuridão.

A Covid19 nunca poderá chegar ao coração nem à alma

dos que no céu põe sua esperança e seu maior ideal.

 

Haverá Natal!

Cantaremos nossos cantos natalinos!

Deus nascerá e nos trará a liberdade!

 

(tradução livre do espanhol)

 

TENHAMOS TODOS UM FELIZ NATAL!

É certo que isso tudo vai passar.

Muita calma nessa hora.

Muita alma no agora.

Muito foco no porvir.

 

Paula Mendes

18/11/2020

 

2 comentários:

Costurando a vida! – Fica-te tão bem o dia que trazes. Onde é que o arranjaste? – Fui eu que fiz. Já me aborreciam os dias sempre iguais, se...