quarta-feira, 30 de setembro de 2020

ASSIM COMO NÓS PERDOAMOS




 "Você perdoaria uma traição amorosa? Perdoaria uma demissão injusta? Perdoaria um amigo que te insultou? Fui preparada para responder essas perguntas na estreia da nova temporada do programa Potter Entrevista, que tinha o perdão como tema. E, durante o papo, minha inclinação foi para o “sim”, mesmo correndo o risco de ganhar o troféu Água com Açúcar 2020. 
 Perdoar me parece um verbo arrogante. Deus perdoa, Papas idem, padres também – simples mortais passam uma borracha no assunto. É o que faço, agora que sou uma mulher madura, que não desperdiça mais energia com as obstruções que encontra pelo caminho. Parei de usar este verbo, perdoar, desde que, poucos anos atrás, tive oportunidade de conversar com Nelson Motta: fiquei encantada com a doçura, a leveza, a jovialidade daquele guri, na véspera de completar 70 anos. Qual o segredo? perguntei. “Não guardo rancor”.     
 É isso. Não guardar rancor é o mesmo que perdoar, só que sem a pompa. Ninguém precisa ajoelhar na nossa frente, nem rogar por nada. A gente simplesmente deixa pra lá e toca a vida. Não é a coisa mais fácil do mundo, antes é preciso deglutir a pancada, mas há um limite de tempo para essa ruminação, caso contrário, envelhecemos arrastando correntes.  
 A medida do imperdoável é sempre a intensidade da dor. Quando somos jovens, tudo dói mais. Ainda nos sentimos especiais, mimados, e ai de quem ferir nossos sentimentos. Até que a gente amadurece e se dá conta que mágoas e afins estão na categoria “coisas que acontecem”. Ninguém gosta de se sentir ofendido, mas alimentar a raiva é mau negócio: tudo que fica retido dentro da gente acaba nos implodindo de alguma forma. Poema de Vera Americano: “Perdão/duro rito/de remoção do estorvo”. 
 Já me aprontaram. Pessoas próximas, outras nem tanto. E daí? Estou mais preocupada em viver bem, tarefa que toma boa parte do meu tempo. Não sobra para dar cartaz aos vacilões. 
Crime é outra coisa, a pessoa tem que se ver com a Justiça. E se mexerem com minhas filhas, esqueça tanta benevolência, viro uma leoa, saio da toca faminta pela jugular de quem se atrever. Mas guardar rancor durante décadas por ter sido frustrada, negligenciada ou algo do tipo? É dar muita trela para nosso ego: ele é péssimo em dimensionar revezes, faz tudo parecer maior do que é.
 Outro dia um amigo disse algo muito sábio: a maioria das pessoas agressivas não são más, são apenas infelizes. “Apenas” infelizes. Então, misericórdia. Pragueje um pouco e depois esqueça a afronta, pois o castigo delas começou bem antes de terem cruzado com você."

Martha Medeiros

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

FECHADO PARA BALANÇO

 




 Com o advento do novo coronavírus e o consequente isolamento social, muitos estabelecimentos permaneceram ou ainda permanecem fechados. Muitos aproveitaram para reformar – aqueles que tiveram condições. Outros, do outro lado da moeda, fecharam definitivamente suas portas.

A normalidade do cotidiano deu lugar a novidades, adaptações, criatividade. Já se fala em um ‘novo normal’. O distanciamento, a lavagem das mãos e das roupas, limpeza dos sapatos e também das compras; o trabalho feito de dentro de casa, um verdadeiro homework; aulas on-line; o serviço de entrega e assim por diante. Novas noções de higiene.

Ultimamente, acompanhando as notícias do mundo, vejo uma crise intensa, em todas as vertentes.

Há queimadas nos EUA, há queimadas no Pantanal, na Bahia, na Amazônia. Espontâneas e provocadas. 

No Brasil, há a corrupção que não deixa que se preocupe com o meio ambiente, é a economia sobrepujando o bem estar social, a moralidade, a ética, a vida.

O clima se destempera. Animais morrem queimados, baleias vêm morrendo encalhadas, em grande quantidade. Elefantes em grande número são dizimados por uma bactéria.

Há crises de refugiados em vários lugares, e na Europa já se fala em compartilhá-los entre os diversos países.

Isso para não falar o óbvio: há uma pandemia adoecendo o mundo inteiro, todo o nosso planeta, sem poupar raças ou classes sociais.

No Rio de Janeiro, a ‘cidade maravilhosa’, há uma crise de corrupção sem precedentes, iniciada há anos.

Temos ex-governantes presos, deputados sendo investigados, até mesmo o atual presidente da república. Ao mesmo tempo, a impunidade reina. A justiça tarda; a justiça falha.

Há índios morrendo, não apenas pela pandemia.

Há pedidos de afastamento do ministro do meio ambiente. Há trocas de ministros em profusão.

Em Minas, há barragens com iminente rompimento. Tragédia anunciada.

Há fumaça alcançando o Rio Grande do Sul e inclusive países vizinhos aos nossos, provinda dos incêndios acima citados.

Há desemprego; fome; pobreza.

Há um caos na saúde e na educação.

Há violência por parte de policiais, com mortes de algumas de suas vítimas, e protestos por todo o mundo.

Há a negação da pandemia por parte de governantes e também da população, que se aglomera como se nada acontecesse.

Há uma guerra comercial. Há um iminente colapso econômico.

Há uma falta de valorização da vida.

O mundo está fechado para reforma; fechado para balanço.

Parece que o homem fechou as portas para si mesmo.

Digo balanço, pois muitos de nós estamos redescobrindo o valor de muitas coisas; do apego material, das relações interpessoais e de trabalho; da família; da saúde e da vida. 

O lado oposto valoriza a vida e os direitos humanos.

Fechou as portas, ficou em casa, mas se abriu para uma nova realidade, novas perspectivas. Para a autodescoberta.

O lado oposto ao primeiro aqui mencionado está aberto a mudanças; aberto a novas ideias e a novos ideais. Necessários.

O universo nos obriga a ter novas metas, novos objetivos. Um outro olhar. O próprio homem nos obriga a isso.

Nosso mundo, assim como o conhecemos, ao mesmo tempo em que está fechado para visitas, está aberto a novos visitantes, me refiro aos jovens que nascem com uma nova ética, uma nova moralidade; que usam a criatividade para buscar novas soluções para o planeta, para a vida, para o ser humano, para o universo. Para a política.

Deste lado oposto, estão os buscadores. Aqueles que oram e que vibram uma energia contagiante, que ensinam o que sabem e que aprendem com o novo. Uma energia de cura. Uma energia do bem.

Há uma preocupação com a vida como um todo; com o meio ambiente, com os animais selvagens e também com o modo com que os animais são criados e tratados. Como a agricultura é realizada. 

Há a preocupação com os direitos humanos, e também com os deveres.

Há a reciclagem. Há a sustentabilidade. Há o tratamento de esgoto e do lixo. Há energia eólica e solar. Há tantas outras descobertas e criações.

Há a pesquisa e a busca pela vacina.

Há uma reação à corrupção.

Há solidariedade entre raças e povos.

Algo está sendo construído; por outro lado, muito é desconstruído. Construção e desconstrução, lado a lado. Coexistem, simultâneas. É o homem contra o homem; ainda, é o homem a favor de si mesmo. Dubiedade eterna.

Dizem que a Nova Era já começou faz tempo; e que a ‘velha era’ está morrendo. É a substituição gradual de antigos modos de se viver e se pensar.

Repensamos a vida. Fazemos novas escolhas. Buscamos novas soluções. Tiramos novas conclusões.

Ao mesmo tempo em que estamos fechados para balanço, para reforma, estamos abertos à novidade que adapta, que cria oportunidades e a novas correntes de pensamento.

É uma crise. Uma tempestade, sem sombra de dúvida. Sabemos no entanto que depois dela, vem a bonança. Depois de toda crise, uma solução.

Há que se ter paciência, serenidade, sabedoria, renúncia.

Há que se ter preocupação com o outro e consigo mesmo. Cuidados.

Há que se ter cuidado. Muito cuidado.

Cuidado com o planeta; com a saúde.

Cuide de você e de sua casa. Aguarde. Ao mesmo tempo, faça acontecer. Tenha iniciativa. Faça a diferença. Dê o primeiro passo. Seja o exemplo a ser seguido.

Há um horizonte. Há esperança.

Aproveite e faça um balanço interior; reforme sua vida; renove seus valores.

Busque um outro ponto de vista. Navegue em outras águas.

Crie um ‘novo normal’.

Que seja luz para a sua vizinhança. Dela estamos todos precisados.

A Terra agradece. A hora é agora.

 

Paula Mendes

24/09/2020

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Primavere-se




"Quando eu flor.
Quando tu flores. 
Quando ele flor ...
Nós flores seremos.  
E o mundo florescerá. 
Que esta primavera perfume o seu coração com todos os aromas da alegria. 
Que o calor seja suave.
E que a brisa seja amena.
Que o perfume seja doce.
E que cada dia valha a pena.
Que estes três meses lhe renovem a paz, o amor, a saúde  e a força para seguir com os projetos da sua vida.
Deixe que a vida faça contigo, o que a primavera faz com as flores.
Encante - se!
Transborde cor!
Espalhe amor! 
Primavere - se."

Contribuição da minha amiga e professora Inácia

domingo, 20 de setembro de 2020

Como escuto música

 


Almas perfumadas

 


Mulher

 


Traduzir-se

 



"Uma parte de mim

é todo mundo;
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera;
outra parte
delira.

Uma parte de mim
almoça e janta;
outra parte
se espanta.

Uma parte de mim
é permanente;
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem;
outra parte,
linguagem.

Traduzir-se uma parte
na outra parte
— que é uma questão
de vida ou morte —
será arte?"


Ferreira Gullar




Seja bom para você

 


Milagres

 


Pensamentos e realidade

 


CINCO PEQUENAS HISTÓRIAS COM MUITO SIGNIFICADO:





"1 - Uma vez, toda a comunidade decidiu rezar pela chuva. No dia marcado, todos compareceram mas apenas um garoto levou o guarda-chuva. Isto é fé.


2 - Quando você joga uma criança para o alto, ela ri porque sabe que você vai pegá-la. Isto é confiança.


3 - Todas as noites, vamos dormir sem qualquer certeza de estarmos vivos no dia seguinte e, ainda assim, colocamos o despertador. Isto é esperança.


4 - Vivemos o sofrimento do mundo e, ainda assim, temos filhos. Isto é amor.


5 - Escrito na camiseta de um ancião: "Tenho 80 anos. Sou um adolescente de 16 com 64 de experiência". Isto é atitude.


Tenham um bom dia e lembre-se de que os amigos são jóias raras: difíceis de encontrar e impossíveis de substituir."

sábado, 19 de setembro de 2020

Tony Robbins




No filme "Eu não sou seu guru", Tony Robbins disse mais ou menos assim:
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"Você pode ter força espiritual, meditar todos os dias e ser o melhor nisso, mas se não sabe se relacionar, não evoluiu nada. Essa é a mais pura verdade!
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O que mais vemos por aí é uma galera grande se achando evoluído porque tem uma religião, porque faz caridade, porque faz Yoga, porque é vegetariano, porque medita...
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O que nos faz crescer e evoluir são as nossas relações. São elas que nos mostram verdadeiramente quem somos.
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De nada adianta fazer tudo isso, se ainda não sabemos nos relacionar e se não estivermos conscientes de que essa é a única forma de crescer.
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Porque meditar é fácil! Frequentar casas espirituais também! Ser generoso dentro dos templos é mais fácil ainda! O difícil é trazer tudo isso pro dia a dia, nas relações. Porque nelas experimentamos intimidade, e na intimidade as nossas vulnerabilidades são expostas.
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É aí que mostramos mesmo quem somos.
É aí que as nossas sombras aparecem. E é aí, no dia a dia das relações que podemos nos trabalhar para melhorar.
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Nesse momento da intimidade, as mentiras que contamos pra nós e pro mundo, não se sustentam. Não tem meditação, Yoga, ou Espiritualidade que sustente as nossas mentiras.
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É claro que tudo isso nos conduz a um lugar melhor de nós mesmos. É maravilhoso fazer tudo isso. Mas não basta! Todas essas coisas são parte do caminho, parte do caminhar. Todas essas formas de nos acessarmos fazem parte da teoria, mas a prática mesmo são os relacionamentos...
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Não basta meditar todo dia e se aborrecer constantemente com o(a) companheiro(a), ou com os filhos, ou com os pais.
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Não basta se espiritualizar, fazer caridade e tratar mal o porteiro, o garçom, o caixa do supermercado.
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E não basta achar que somos maravilhosos e seres elevados, se não conseguimos saber, de verdade, quem somos.
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Não adianta fazer de conta que está se aprofundando, quando na verdade o olhar só fica na superfície, colocando a responsabilidade de tudo nos outros.
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O nome que se dá a todas essas pegadinhas é Ego Espiritual. E o mundo tá cheio deles. Pessoas que até têm uma boa intenção de transformação, mas que na maioria das vezes não conseguem reconhecer seus erros, suas falhas e vão colocando as responsabilidades daquilo que não deu certo, no outro.
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Então, é preciso estarmos atentos ao nosso ego espiritual. É preciso estarmos atentos a quem somos e o que lá no fundo desejamos.

É preciso reconhecer que se nos julgamos melhores e/ou mais evoluídos porque não comemos carne, porque produzimos menos lixo, porque andamos de bicicleta ou por qualquer outra coisa, tudo o que não somos é evoluídos. Porque seres evoluídos não se comparam e não competem. Eles são o que são, sabem disso e não precisam provar pra ninguém.
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E se você descobriu que seu ego espiritual está gritando aí dentro, que bom! Fique feliz por estar se tornando consciente dele. Porque é só através dessa consciência que podemos melhorar."

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

NUTRIÇÃO ESPIRITUAL PARA SUPORTAR A QUARENTENA




ORAR

"Orar é entrar em sintonia com Deus. Há muitas maneiras de fazê-lo, e não se pode dizer que esta é melhor que aquela. Há orações individuais ou coletivas, baseadas em fórmulas ou espontâneas, cantadas ou recitadas. Os salmos, por exemplo, são orações poéticas, das quais cerca de cem expressam lamentação e/ou denúncia, e cinquenta, louvor. 

                                                                          

Nós, ocidentais, temos dificuldade de orar, devido ao nosso racionalismo. Em geral, ficamos na soleira da porta, entregues à oração que se apóia nos sentidos (música, dança, mirar vitrais ou paisagens etc) ou na razão (fórmulas, leituras, reflexões etc). 

                                                                          

Orar é entrar em relação de amor. Como  ocorre entre um casal, há níveis de aprofundamento entre o fiel e Deus. Uns oram como o namorado que fala demais no ouvido da namorada. Como se Deus fosse surdo e burro. Parecem aquela tia que liga e fala tanto, tanto, que minha  mãe deixa o fone, mexe a comida nas panelas, e retorna, sem que sua ausência seja percebida.

                                                                          

Jesus sugeriu não multiplicar as palavras. Deus conhece nossos anseios e necessidades. O próprio Jesus, narra o Evangelho, gostava de retirar-se para lugares ermos para entrar em oração. "Jesus foi para a montanha a fim de rezar. E passou toda a noite em oração a Deus" (Lucas  6, 12).

                                                                          

Na oração, é preciso entregar-se a Deus. Deixar que ele ore em nós. Se temos resistência à oração é porque, muitas vezes, tememos a exigência de conversão que ela encerra. Parar diante de Deus é parar diante de si mesmo. Como num espelho, ao orar vemos o nosso verdadeiro perfil - dobras do egoísmo realçadas, mágoas acumuladas, inveja entranhada, apegos enrijecidos. Daí a tendência a não orar ou fazer orações que não revirem ao avesso a nossa subjetividade. 

                                                                          

Os místicos, mestres da oração, sugerem aprendermos a meditar. Esvaziar a mente de todas as fantasias e ideias, e deixar fluir o sopro do Espírito no silêncio do coração. É um exercício cujo método a literatura mística ensina. Mas é preciso, como Jesus, reservar tempo para isso. Assim como a relação de um casal arrefece se não há momentos de intimidade, do mesmo modo a fé se debilita se não nos recolhemos em oração. 

Oramos para aprender a amar como Jesus amava. Só a força do Espírito dilata o coração. Portanto, uma vida de oração se avalia, não pelos momentos entregues a ela, e sim pelos frutos na vida cotidiana: os valores elencados como bem-aventuranças no Sermão da Montanha (Mateus 5, 1-12). Ou seja, pureza de coração, desprendimento, fome de justiça, compaixão, destemor nas perseguições etc. 

Orar é deixar-se amar por Deus. É deixar o silêncio de Deus ressoar em nosso espírito. É permitir que ele faça morada em nós. Sem cair no farisaísmo de achar que a minha oração é melhor do que a sua, como aquele fariseu frente ao publicano (Lucas 18,9-14). 

Quem ora procura agir como Jesus agiria. Sem temer os conflitos decorrentes de atitudes que contradizem os antivalores da sociedade consumista e individualista em que vivemos. 

Orar é subverter-se a si próprio. Centrado em Deus, o orante descentra-se nos outros, e imprime à sua vida a felicidade de amar porque se sabe amado. Parafraseando Jó, antes de orar se conhece a Deus "por ouvir falar". Depois, por experimentar. O que levou Jung a  exclamar: "Eu não creio. Eu sei"."

Frei Betto 

quinta-feira, 17 de setembro de 2020




"Minhas costas aguentam o peso que levo, porque o coração está cheio de gratidão.
Meus pés caminham, mesmo doloridos, porque acreditam no caminho que escolheram.
Não há como desistir, embora a vontade venha, quando a certeza de que tudo valerá a pena está em cada partícula de nós.
Sou toda esperança.
Sou feita de fé." 

 Rachel Carvalho

Não te apaixones...




"Não te apaixones por uma mulher que lê, por uma mulher que tem sentimentos, por uma mulher que escreve...

Não te apaixones por uma mulher culta, maga, delirante, louca. Não te apaixones por uma mulher que pensa, que sabe o que sabe e também sabe voar, uma mulher que confia em si mesma.

Não te apaixones por uma mulher que ri ou chora, que sabe transformar a carne em espírito; e muito menos te apaixones por uma mulher que ama poesia (estas são as mais perigosas), ou que fica meia hora contemplando uma pintura e não é capaz de viver sem música .

Não te apaixones por uma mulher que está interessada em política, que é rebelde e sente um enorme horror pelas injustiças. Não te apaixones por uma mulher que não gosta de assistir televisão. Nem de uma mulher que é bonita, mas, que não se importa com as características de seu rosto e de seu corpo.

Não te apaixones por uma mulher intensa, brincalhona, lúcida e irreverente. Não queiras te apaixonar por uma mulher assim. Porque quando te apaixonares por uma mulher como esta, se ela vai ficar contigo ou não, se ela te ama ou não, de uma mulher assim, jamais conseguirás ficar livre..."

- Martha Rivera-Garrido

CASAR E MORAR JUNTO




"Casar e morar juntos são duas coisas completamente diferentes. Não tem nada a ver com seu status no cartório. Tem a ver com entrega. Você pode casar com todas as pompas, dar uma festa linda, gastar os tubos na lua de mel, se mudar com o cônjuge  para uma casa linda. Vocês podem ter se casado mas vão demorar muito pra saber o que é morar juntos. Acho que existem casais que se casam com pompas, e talvez, nunca tenham realmente morado juntos. Morar juntos é saber dividir. Saber cobrar. Saber ceder. Saber doar. Morar juntos é dividir as contas e as almas. Morar juntos é ter uma pilha de louças para lavar depois de um dia terrível de 10 horas de trabalho, e o outro cantar com você para que o trabalho se torne divertido. Morar juntos é ouvir onde dói no outro, do que ele tem medo, onde ele é criança, o que o deixa frágil. Morar juntos é poder chorar sem parar e ser ouvido e cuidado. Mas é também rir, achar graça em alguma coisa quando o outro está pra baixo. Morar juntos é fazer contabilidade de frustrações e saber quando não colocar na conta do outro. Morar juntos é demorar para levantar. Morar juntos não precisa de uma casa e sim de um espaço. Quem mora junto geralmente é solidário. Casar não. Qualquer um casa, basta assinatura e champanhe. Casar leva horas. morar juntos leva tempo. O tempo todo. Quando moramos juntos vemos o cabelo do outro crescer ou desaparecer. Quando moramos juntos viramos adultos aos pouquinhos, dando um adeus doído ao adolescente que éramos. Quando moramos juntos mudamos juntos. E o outro vira um outro diferente com os anos e nós vamos aprendendo a amar aquela nova pessoa, todo dia. Até o dia que, talvez, deixemos de morar juntos."

Desconheço autoria

Melodia




"Sou a melodia que vive dentro de mim... 
o violino que chora... 
o piano que ama... 
e a guitarra que sorri...,"

Paula Lourenço

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

COMO NASCEM AS DOENÇAS!





"-Engole o choro!
-Engole sapo!
-Cala a boca!
-Cala o peito...

Mas o corpo fala, e como fala!

Fala a ponta dos dedos batendo na mesa...
Falam os pés inquietos na cama...
Fala a dor de cabeça.
Fala a gastrite, o refluxo, a ansiedade.
Fala o nó na garganta atravessado.
Fala a angústia, fala a ruga na testa.
Fala a insônia, o sono demasiado..

Você se cala, mas o falatório interno começa.

As pessoas adoecem porque cultivam e guardam as coisas não digeridas dentro de seus corações...
Expressar-se tranquiliza a dor!
Dor não é pra sentir pra sempre...
Dor é vírgula! Então faz uma carta, um poema, um livro.
Canta uma música.
Pega as sapatilhas, sapateia.
Faz piada, faz texto, faz quadro, faz encontro com amigos, nem que seja virtual...
Faz corrida no parque.
Fala pro seu analista, fala para Deus... Se pinta de artista!
Conversa sozinho, papeia com seu cachorro, solta um grito pro céu, mas não se cale!!! Pois “se você engolir tudo que sente, no final, você se afoga!”

CORAÇÃO NÃO É GAVETA!"

Desconheço autoria

terça-feira, 15 de setembro de 2020

Ano Sabático

 




 

Minha amiga Marise me chama de “Dona Intensa”. Acho que é justificável. Quando estou bem, quero aproveitar ao máximo e viver tudo intensamente.  Pensando bem, na verdade sempre fui assim, mesmo antes de adoecer. Intensa.

Neste semestre, quis abraçar o mundo com as pernas.

Meu novo tratamento para a miastenia gravis está dando muito certo, e resolvi estudar Letras no Centro Universitário Newton Paiva, cursando 3 matérias neste primeiro período, e mais atividades complementares, que são exigidas para o curso; isso, ao mesmo tempo em que estou lidando com os detalhes da publicação de um livro, minha autobiografia. São muitos detalhes, dá trabalho. Revisar todo o texto depois do contrato assinado com a editora, ilustrações, capa; depois de editado, revisar tudo de novo.

Tudo combinado a meu tratamento com imunoglobulina a cada 45 dias, tempo em que passo a semana toda tomando remédio e com tendência a dores de cabeça. Faz parte.

Acrescente-se as atividades como dona de casa e como mãe que, querendo ou não, sou um pouco mais lenta para fazer, com períodos de descanso entre uma e outra.

Ficou coisa demais.

Então, resolvi trancar a faculdade para voltar no ano que vem e me dedicar, agora, ao livro.

Um 'período sabático', vamos dizer assim.

Mas o que é período sabático?

 

"O termo sabático vem do vocabulário hebraico também conhecido por Shemitá, que significa “libertação”, na tradução literal.

O ano sabático é descrito no livro sagrado do povo judeu (Torá) como o período de descanso da terra, ou seja, onde os judeus não podiam cultivar a agricultura. Hoje é conhecido como o dia de recolhimento semanal dos judeus, e refere-se no antigo testamento, ao período em que a terra fica sem cultivo, depois de um ciclo de fertilidade.

Já o período sabático, também conhecido como ano sabático ou gap year, é o tempo em que uma pessoa tira uma “licença” da carreira profissional para desacelerar e fazer algo que realmente deseja.

Apesar de ter surgido originalmente como uma tradição judaica e corresponder a um dia da semana dedicado ao total descanso, com a adaptação do termo para sociedade não judaica, esse período pode durar alguns meses ou até um ano completo.

Esse descanso é dedicado para a pessoa refletir, ter novas experiências, mudar o estilo de vida, se aprofundar em estudos de interesse pessoal, viagens para conhecer outras culturas, entre outras iniciativas de autoconhecimento.

Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, o período sabático não são férias de 12 meses. Seu propósito é realizar mudanças profundas na vida ou carreira, não é apenas uma pausa para depois retornar à vida normal."

 

Pois é bem isso o que decidi fazer. Dedicar-me a um projeto que muito desejo; estar ali, inteira. Depois, o novo projeto, que igualmente almejo; porém, este último demanda mais tempo, e minha formatura, se tudo correr bem, deve ser no final de 2024.

Mas, então, fiquei pensando neste ano de 2020, com a pandemia do COVID-19 e todas as consequências que ele trouxe para a sociedade como um todo e para cada um de nós...

Isolamento social, trabalho em casa, muita gente sem trabalho e também meio entediada, inventando coisas para fazer, como costurar, arrumar armários, cozinhar e etc.

Este ano poderia ser o seu 'periodo sabático'... Vamos olhar com outros olhos.

O que desperta o seu interesse?

O que você tem vontade de aprender?

Este pode ser o ano em que você se dedica ao que te interessa. Aquilo que ficou guardado no fundo da gaveta e da alma. Nunca é tarde para aprender, ou para pôr o sonho em prática.

O que pode significar fazer um curso online, por exemplo, para que se capacite. Dedique-se àquilo que você sempre quis e não pôde, nunca teve tempo.

Dedique-se, também, a seu próprio crescimento interior, sua espiritualidade e autoconhecimento. Tire um tempo para você.

Cuide-se.

Cuide de sua saúde e de seu coração, em todos os sentidos.

Cuide também da convivência com os mais próximos; neste período, ela pode ser bem intensa. Dê qualidade a ela. Resolva seus conflitos, dialogue.

Aproveite da melhor forma estas férias forçadas. Faça sentido.

Dê um sentido.

Crie um sentido.

Encontre um propósito. Sei que ele está dentro de sua alma, de seu coração, de seus anelos.

Quem sabe 2020 não será o ano em que você irá realmente se encontrar? Se cada um fizer este percurso, no final, o mundo será um lugar melhor.

É um convite: FAÇA ACONTECER!!!

 

Paula Mendes

15/09/2020

 

Forma

 


Passo de dança




"Voar sempre, cansa... 
por isso ela corre
em passo de dança..."

Eugénia Tabosa

Nova Era




"Muitos esperam pela manifestação de uma nova revolução de consciência. 
Mas uma revolução de consciência só se manifesta através de uma catarse no plano material. 
Então a gente está experimentando esse momento de desconstrução de um sistema de crenças que tem sustentado a vida na sociedade. 
É um movimento que não pode ser interrompido, embora o ego esteja completamente desesperado tentando interrompê-lo. 
O ego coletivo está em pânico nesse momento, porque ele está se vendo diante de uma situação que ele não controla, que representa o fim do domínio dele, porque é o fim de um entendimento ultrapassado a respeito da vida."

Sri Prem Baba

sábado, 12 de setembro de 2020

Maria Jiló





"Maria Jiló" é uma senhora de 92 anos, miúda e tão elegante , que todo dia às 08 da manhã ela já está toda vestida, bem penteada e discretamente maquiada, apesar de sua pouca visão. 

Hoje ela se mudou para uma casa de repouso: o marido, com quem ela viveu 70 anos, morreu recentemente e não havia outra solução. 

Depois de esperar pacientemente por 02 horas na sala de visitas, ela ainda deu um lindo sorriso quando a atendente veio dizer que seu quarto estava pronto. Enquanto ela manobrava o andador em direção ao elevador, a atendente deu uma descrição do seu minúsculo quartinho, inclusive das cortinas floridas que enfeitavam a janela. 

A senhora a interrompeu com o entusiasmo de uma garotinha que acabou de ganhar um filhote de cachorrinho: 

- Ah, eu amo essas cortinas! 
- Dona "Maria Jiló", a senhora ainda nem viu seu quarto. Espera um pouco... 
- Isto não tem nada a ver, - ela respondeu - felicidade é algo que você decide por princípio. Se eu vou gostar ou não do meu quarto, não depende de como a mobília vai estar arrumada. Vai depender de como eu preparo minha expectativa. 

- E eu já decidi que vou amar. É uma decisão que tomo todo dia quando acordo. 

- Sabe, eu posso passar o dia inteiro na cama, contando as dificuldades que tenho em certas partes do meu corpo que não funcionam bem... 
Ou posso levantar da cama agradecendo pelas outras partes que ainda me obedecem. 

- Simples assim? - pergunta a atendente.

- Nem tanto; isto é para quem tem autocontrole e todos podem aprender. Exigiu de mim um certo 'treino' pelos anos afora, mas é bom saber que ainda posso dirigir meus pensamentos e escolher, em consequência, os sentimentos. 

Calmamente a senhora continuou: 

- Cada dia é um presente, e enquanto meus olhos se abrirem, vou focalizar o novo dia, mas também as lembranças alegres que eu guardei para esta época da vida. A velhice é como uma conta bancária: você só retira aquilo que guardou. Então, meu conselho para você é depositar um monte de alegrias e felicidade na sua Conta de Lembranças. E, aliás, obrigada por este seu depósito no meu Banco de Lembranças. Como você vê, eu ainda continuo depositando e acredito que, por mais complexa que seja a vida, sábio é quem a simplifica. 

Depois ela pediu para anotar: 
"""COMO MANTER-SE JOVEM""" 

1. Deixe fora os números que não são essenciais. Isto inclui a idade, o peso e a altura. Deixe que os médicos se preocupem com isso. 

2. Mantenha os amigos divertidos. Os depressivos procure ajudar se puder.

3. Aprenda sempre. Aprenda mais sobre computadores, artes, jardinagem, o que quer que seja. Não deixe que o cérebro se torne preguiçoso. 
'Uma mente preguiçosa é a oficina do Alemão.' E o nome do Alemão é Alzheimer! 

4. Aprecie mais as pequenas coisas. Aprecie mais. 

5. Ria muitas vezes, durante muito tempo e alto. Ria até lhe faltar o ar. E se tiver um amigo que o faça rir, passe muito e muito tempo com ele/ela! 

6. Quando as lágrimas aparecerem. Aguente, sofra e ultrapasse. A única pessoa que fica conosco toda a nossa vida somos nós próprios. VIVA enquanto estiver vivo. 

7. Rodeie-se das coisas que ama: a família, animais, plantas, hobbies, o que quer que seja.

8. Tome cuidado com a sua saúde: 
Se é boa, mantenha-a. 
Se é instável, melhore-a. 
Se não consegue melhorá-la, procure ajuda. 

9. Não faça viagens de culpa. Faça uma viagem ao centro comercial, até a um país diferente, mas NÃO para onde haja culpa. 

10. Diga às pessoas que as ama, e que ama cada oportunidade de estar com elas."

"Um dia você aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida."

Ser Mineiro





*Dia 06/09 foi Dia dos Mineiros*

Então para celebrar a data, segue:

"Ser Mineiro é não dizer o que faz, nem o que vai fazer,
é fingir que não sabe aquilo que sabe,
é falar pouco e escutar muito,
é passar por bobo e ser inteligente,
é vender queijos e possuir bancos.

Um bom Mineiro não laça boi com imbira,
não dá rasteira no vento,
não pisa no escuro,
não anda no molhado,
não estica conversa com estranho,
só acredita na fumaça quando vê o fogo,
só arrisca quando tem certeza,
não troca um pássaro na mão por dois voando.

Ser Mineiro é dizer "uai", é ser diferente,
é ter marca registrada,
é ter história.
Ser Mineiro é ter simplicidade e pureza,
humildade e modéstia,
coragem e bravura,
fidalguia e elegância.

Ser Mineiro é ver o nascer do Sol
e o brilhar da Lua,
é ouvir o canto dos pássaros
e o mugir do gado,
é sentir o despertar do tempo
e o amanhecer da vida.

Ser Mineiro é ser religioso e conservador,
é cultivar as letras e artes,
é ser poeta e literato,
é gostar de política e amar a liberdade,
é viver nas montanhas,
é ter vida interior,
é ser gente."

Carlos Drummond de Andrade

sábado, 5 de setembro de 2020

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Coragem




"Quando eu era pequena, achava que coragem era o sentimento que designava o ímpeto de fazer coisas perigosas..  E para muitas dessas, na hora agá , amarelei. Faltou coragem..
No entanto, aos poucos fui descobrindo que mais importante do que ter coragem para aventuras de fim de semana, era ter coragem para aventuras mais definitivas, como a de mudar o rumo da minha vida se preciso fosse.. 
E principalmente, coragem para enfrentar a própria solidão e descobrir o quanto ela fortalece o ser humano.
Não subi no barco, quando criança - e não gosto de barcos até hoje.Vi minha família sair em expedição pelo mar e voltei sozinha pela praia, acreditando que era medrosa.
MAS O QUE PARECIA MEDO ERA A CORAGEM ME DANDO AS BOAS-VINDAS, ME ACOMPANHANDO NAQUELE RECUO SOLITÁRIO, QUANDO APRENDI QUE TODA ESCOLHA REQUER OUSADIA."

Martha Medeiros - livro: A Graça da Coisa.

Aguamentos




" Desculpe a delicadeza ... 
meu olho  tem aguamentos .....

Manoel de Barros

quinta-feira, 3 de setembro de 2020

quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Ipês





"... A felicidade aqui da minha varanda é ver os ipês, que teimam em florescer. 

Para florescer eles têm que perder todas as folhas. 

Árvore pelada, na cabeça da gente, está se preparando para morrer. 

Mas em vez de morrer, o que os ipês fazem? 

Eles florescem..."

Rubem Alves 

Costurando a vida! – Fica-te tão bem o dia que trazes. Onde é que o arranjaste? – Fui eu que fiz. Já me aborreciam os dias sempre iguais, se...