Temos cinco sentidos, quase todos nós. Assim dizem. O tato, o olfato, o
paladar, a visão e a audição. É fato.
Alguns afirmam que temos seis. Um sexto sentido, e até mesmo
um sétimo... Seria fake?
Creio que a maioria de nós já ouviu falar do terceiro olho,
que se localizaria por entre as sobrancelhas.
Pois muito bem. Conto com meus 54 anos de vida e alguns de
meus sentidos já não ‘funcionam’ assim tão bem. Já não ouço sons agudos como
minha filha os ouve; a audiometria confirma. Já não enxergo tão bem, não apenas por
aquela ‘vista cansada’ da idade, mas também em decorrência de uma infecção que me acometeu o olho esquerdo e deixou uma ou outra sequela que os óculos teimam em não corrigir.
No entanto, esforço-me por enxergar mais, e também por ouvir um
pouco mais de mim. E do mundo também.
Perdemo-nos no barulho que vem de fora, tanto, tanto e, mesmo
no silêncio, naquele barulho que vem de dentro. Muitas vezes nem se consegue dormir com
um barulho desses...
Como, e por que, é tão difícil escutar o silêncio, e nele ouvir-se a si mesmo? Enxergar-se a si mesmo? Como se não fosse o essencial da vida... Esquecemo-nos de nós? O silêncio muito fala; e nada fala...
Há um sussurro que deve ser ouvido e que costuma levar várias
denominações: o anjo da guarda, a intuição, o sexto sentido.
Ouvir a si mesmo; ouvir seus próprios conselhos; ouvir seus próprios limites; ouvir seu próprio corpo, às vezes. Enxergar para dentro.
Quem sou eu? Não preciso de rótulos nem de julgamentos, neste
momento. Posso me ver assim como sou. Tenho defeitos. O que sinto, verdadeiramente? Posso admiti-lo só para mim. Não há ninguém ouvindo.
Sou o que sou. Mas, acima de tudo, eu simplesmente sou.
Mais além daquilo, sou este ser. Há uma luz dentro em mim. Pertenço a algum lugar e não só à humanidade, ao planeta. Faço parte de um todo; de um universo. Vou além.
Há uma voz dentro de mim que me convida. A amar. Sou isso. Eu sou.
Por que tantas máscaras, ainda que a pandemia as exija, do
lado de fora, lá fora? Mas precisa de mais? Preciso de mais? Preciso demais de amor,
preciso demais de amar.
Eu sinto profundamente. Sou um ser único que completa uma
teia. O que vibro influencia toda ela. O que faço também. O universo responde com aquilo que vibro.
Para hoje, quero poder enxergar o meu âmago. Ouvir o silêncio, e o que ele me diz. Me aquietar. Não me interessa lá fora. Aqui dentro, há uma paz. Há um lugar. Posso nele permanecer o quanto quiser. Vibrarei paz. Entenderei tudo. Ou quase. Pois há um mistério, para além da vida.
Serei paz. Aquela que quero ver no mundo.
Ao ouvir o que vem de dentro, vibrarei bom senso; percepção,
não apenas a meu respeito. Percepção do ambiente, do outro, das situações. Desta
forma, agirei com tranquilidade, com amor e serenidade. E não julgarei quem
quer que seja, o que quer que seja.
Deixo aflorar em mim os meus sentidos mais fundamentais. Minha visão, minha audição - interiores.
Eu sinto. Sinto mais à medida que amadureço, e isso pode ter
a ver com minha idade, mas não necessariamente. Não tem que ser assim.
No começo, é um esforço. Ouvir o silêncio, atravessar todo aquele ruído e chegar lá: na essência. Com o tempo, com o hábito, com a persistência,
torna-se mais fácil a cada dia. E cada dia torna-se mais fácil.
Por que mesmo venho deixando de ouvir? De enxergar? Que medo é esse? Não tem que ter medo, não há o que temer.
Sinto muito. Mas amanhã é outro dia. E persistirei.
"Faz de tudo em ti um ouvido.
Cada átomo do teu ser.
E vc vai ouvir, em cada momento.aquilo que a Fonte está te sussurrando...."
Paula Mendes
31/08/2021
O universo responde com aquilo que vibro...estou louca p ler! S2
ResponderExcluirOlá! Obrigada pelo comentário! Mas gostaria de se identificar?
ExcluirAmei o texto amiga ⚘
ResponderExcluirObrigada, meu amor!!
ResponderExcluirEnxergar além, ouvir além, tocar a alma, sentir o gosto de Deus e falar a língua dos anjos.
ResponderExcluirPelo menos ouvir a língua dos anjos, né?! rs
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