REFLETINDO...
Julgamos o outro pelo que somos. Quando falamos do outro,
estamos falando de nós mesmos; quando pensamos algo sobre o outro, na verdade
nos remetemos nada menos do que a nosso próprio ser...
Preferiria não julgar, nunca. Ainda não consegui chegar lá.
Encontramo-nos em meio a uma pandemia, e no pior momento dela
até então. Temos a responsabilidade, não só para com a sociedade como para
conosco mesmos, de fazer todo o possível para evitar a propagação do tão falado
vírus. Lavar as mãos, evitar contato, usar o álcool em gel e as máscaras,
manter a distância e o isolamento social tanto quanto possível.
Há aqueles que negam a situação; há aqueles que estão tão cansados
de tanto isolamento e solidão que saem às ruas como se não houvesse amanhã e,
desta forma, talvez não haja mesmo, para alguns de nós... O fato é que há festas
clandestinas, desrespeito ao uso das máscaras e ao próximo, desinformação e
teimosia, por assim dizer. Para não dizer mais.
Não pretendo julgar ninguém. Muitos ainda não se
conscientizaram. Outros tentam, com aquela atitude, descarregar todo o estresse
que estão vivendo, sem se dar conta de que podem trazer o famigerado vírus para
dentro de seus próprios lares.
O governo se contradiz e sua atitude não condiz com a
expectativa, com o necessário, com a responsabilidade que lhe é própria. Nós,
por nossa vez, assistimos perplexos a tudo, sem nos manifestarmos de forma mais
expressiva e enfática. Cada um tem seus próprios motivos, seus próprios limites
e limitações.
Cada um, ademais, tem seu próprio grau de evolução, isso é
individual.
O que não quero e não posso esquecer é que existe um pedaço
de Deus em cada um. Ainda que a centelha seja embrionária porque não recebeu a
devida atenção, todos nós a trazemos aqui dentro. “Deus aqui, Deus ali”. Ainda
que não acreditemos nela. Cada um tem que ser respeitado e aceito tal qual é e
está. Ao mesmo tempo, a imposição pacífica e gentil nos põe em movimento e pode
nos conduzir a um caminho diferente. Lembre-se de Gandhi.
Queremos a paz para a humanidade, assim como a saúde física,
mental e espiritual. Queremos o crescimento e o bem do planeta e de todas as
criaturas. Que podemos fazer para que isso aconteça?
Individualmente, posso buscar a paz dentro de mim,
inicialmente e expandi-la para dentro de meu lar, de minha família, de minhas
relações. Se quero a paz, tenho que viver a paz. Dar o exemplo. Se quero o bem
do planeta e de todos os seres, tenho que deixar de desperdiçar água, alimentos
e até o lixo, que pode ser reciclado. Tenho que educar meu filho. Tratar bem os
animais e a todos os seres existentes, por mais diferentes que sejam de mim. Se
não consigo amar, posso respeitar; com o tempo, aprendo que o respeito é uma
forma de amor. Com mais tempo, aprendo a amar verdadeiramente. Citando São Francisco de Assis, “comece
fazendo o que é necessário, depois o que é possível e, de repente, você estará
fazendo o impossível”. Posso emanar boas vibrações para a humanidade e para o
planeta, qualquer que seja (ou não) minha religião. Posso participar de grupos
que o fazem, igualmente. Posso pedir gentilmente a quem está perto que coloque
a sua máscara. E, assim, muito mais.
Como cidadão, posso evitar jogar lixo nas ruas e usar minha
própria máscara, entre outras coisas. Posso assinar petições que prezem pela saúde
da Terra e da humanidade, do país. Posso denunciar e até pedir um impeachment,
se for o caso. Posso votar bem. Posso exigir que se cumpram as leis e que se
faça a justiça, por meio de manifestações e outros afins. Posso exigir meus
direitos, zelar pelos direitos humanos e cumprir meus deveres.
O que não posso é deixar de buscar ser melhor do que ontem.
Deixar de buscar minha própria evolução espiritual até conseguir sentir o amor
incondicional por aquele que me magoou, por aqueles que são corruptos, que
estão presos, que cometem crimes, que fazem guerras, porque sei que são
humanos, são vida e toda vida é sagrada e que, por menos que possa parecer, há
um Deus dentro de cada um e que deve ser despertado.
E a evolução e o aprendizado se faz de dentro para fora,
ainda que as atitudes tenham que aparecer primeiro em algumas circunstâncias,
como em uma pandemia. Para isso existem leis e regras.
Estou me estendendo. Onde quero chegar?
Quero trazer uma reflexão e a sugestão de que vibre positivamente
pelo planeta e pela humanidade, e não negativamente na frequência da crítica e
da não ação. Mesmo que a ação seja uma oração, apenas. O que não é pouco.
A solidariedade urge neste momento. Entre indivíduos,
cidadãos, municípios, estados, países. O vírus ruge e a paz urge.
O amor é o remédio.
Quem sabe assim conseguiremos colocar sob controle o
alastramento da doença e do desespero. Que se alastre a vacina. A esperança. O
respeito.
Quem sabe assim deixemos de nos julgar uns aos outros e
passemos a agir.
Quem sabe, assim – e de tudo – consigamos retirar algo positivo
e transformar o mundo em um mundo novo, refletindo a imagem de
Deus.
Eu realmente acredito.
Paz.
Paula Mendes
13/03/2021
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