sábado, 13 de março de 2021

Refletindo...

 


 

REFLETINDO...

Julgamos o outro pelo que somos. Quando falamos do outro, estamos falando de nós mesmos; quando pensamos algo sobre o outro, na verdade nos remetemos nada menos do que a nosso próprio ser...

Preferiria não julgar, nunca. Ainda não consegui chegar lá.

Encontramo-nos em meio a uma pandemia, e no pior momento dela até então. Temos a responsabilidade, não só para com a sociedade como para conosco mesmos, de fazer todo o possível para evitar a propagação do tão falado vírus. Lavar as mãos, evitar contato, usar o álcool em gel e as máscaras, manter a distância e o isolamento social tanto quanto possível.

Há aqueles que negam a situação; há aqueles que estão tão cansados de tanto isolamento e solidão que saem às ruas como se não houvesse amanhã e, desta forma, talvez não haja mesmo, para alguns de nós... O fato é que há festas clandestinas, desrespeito ao uso das máscaras e ao próximo, desinformação e teimosia, por assim dizer. Para não dizer mais.

Não pretendo julgar ninguém. Muitos ainda não se conscientizaram. Outros tentam, com aquela atitude, descarregar todo o estresse que estão vivendo, sem se dar conta de que podem trazer o famigerado vírus para dentro de seus próprios lares.

O governo se contradiz e sua atitude não condiz com a expectativa, com o necessário, com a responsabilidade que lhe é própria. Nós, por nossa vez, assistimos perplexos a tudo, sem nos manifestarmos de forma mais expressiva e enfática. Cada um tem seus próprios motivos, seus próprios limites e limitações.

Cada um, ademais, tem seu próprio grau de evolução, isso é individual.

O que não quero e não posso esquecer é que existe um pedaço de Deus em cada um. Ainda que a centelha seja embrionária porque não recebeu a devida atenção, todos nós a trazemos aqui dentro. “Deus aqui, Deus ali”. Ainda que não acreditemos nela. Cada um tem que ser respeitado e aceito tal qual é e está. Ao mesmo tempo, a imposição pacífica e gentil nos põe em movimento e pode nos conduzir a um caminho diferente. Lembre-se de Gandhi.

Queremos a paz para a humanidade, assim como a saúde física, mental e espiritual. Queremos o crescimento e o bem do planeta e de todas as criaturas. Que podemos fazer para que isso aconteça?

Individualmente, posso buscar a paz dentro de mim, inicialmente e expandi-la para dentro de meu lar, de minha família, de minhas relações. Se quero a paz, tenho que viver a paz. Dar o exemplo. Se quero o bem do planeta e de todos os seres, tenho que deixar de desperdiçar água, alimentos e até o lixo, que pode ser reciclado. Tenho que educar meu filho. Tratar bem os animais e a todos os seres existentes, por mais diferentes que sejam de mim. Se não consigo amar, posso respeitar; com o tempo, aprendo que o respeito é uma forma de amor. Com mais tempo, aprendo a amar verdadeiramente.  Citando São Francisco de Assis, “comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível e, de repente, você estará fazendo o impossível”. Posso emanar boas vibrações para a humanidade e para o planeta, qualquer que seja (ou não) minha religião. Posso participar de grupos que o fazem, igualmente. Posso pedir gentilmente a quem está perto que coloque a sua máscara. E, assim, muito mais.

Como cidadão, posso evitar jogar lixo nas ruas e usar minha própria máscara, entre outras coisas. Posso assinar petições que prezem pela saúde da Terra e da humanidade, do país. Posso denunciar e até pedir um impeachment, se for o caso. Posso votar bem. Posso exigir que se cumpram as leis e que se faça a justiça, por meio de manifestações e outros afins. Posso exigir meus direitos, zelar pelos direitos humanos e cumprir meus deveres.

O que não posso é deixar de buscar ser melhor do que ontem. Deixar de buscar minha própria evolução espiritual até conseguir sentir o amor incondicional por aquele que me magoou, por aqueles que são corruptos, que estão presos, que cometem crimes, que fazem guerras, porque sei que são humanos, são vida e toda vida é sagrada e que, por menos que possa parecer, há um Deus dentro de cada um e que deve ser despertado.

E a evolução e o aprendizado se faz de dentro para fora, ainda que as atitudes tenham que aparecer primeiro em algumas circunstâncias, como em uma pandemia. Para isso existem leis e regras.

Estou me estendendo. Onde quero chegar?

Quero trazer uma reflexão e a sugestão de que vibre positivamente pelo planeta e pela humanidade, e não negativamente na frequência da crítica e da não ação. Mesmo que a ação seja uma oração, apenas. O que não é pouco.

A solidariedade urge neste momento. Entre indivíduos, cidadãos, municípios, estados, países. O vírus ruge e a paz urge.

O amor é o remédio.

Quem sabe assim conseguiremos colocar sob controle o alastramento da doença e do desespero. Que se alastre a vacina. A esperança. O respeito.

Quem sabe assim deixemos de nos julgar uns aos outros e passemos a agir.

Quem sabe, assim – e de tudo – consigamos retirar algo positivo e transformar o mundo em um mundo novo, refletindo a imagem de Deus.

Eu realmente acredito.

Paz.

 

Paula Mendes

13/03/2021

 

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