quarta-feira, 14 de outubro de 2020

FOZ

 


 

O tempo corre lentamente

Paradoxo este

Correr devagar

É quase como um trotar

Vivemos um dia de cada vez

Mas amanhã já é de novo outra quarta

É a quarta vez que tomo café

São 21:00 e não sei que vou fazer

Até que o dia termine

Então é Natal

E o ano termina

Em tempos de pandemia

Corre-se sem se sair do lugar

Coreografia de rituais

E a ansiedade

Ansiedade de não sair

Ansiedade para sair

Ansiedade ao ir e vir

Ansiedade não quer passar

Passa, ânisa, como o tempo passa

Que o tempo desague no mar

Que o ano desague no mar

Que o rio desague no mar

Que tudo desague no simples amar.

 

Paula Mendes

13/10/2020

5 comentários:

Costurando a vida! – Fica-te tão bem o dia que trazes. Onde é que o arranjaste? – Fui eu que fiz. Já me aborreciam os dias sempre iguais, se...